quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Pergunta de Leitor - Sem Vergonha



Tenho 15 anos e nunca tive relação sexual ainda. Eu me masturbo muito e isso é algo que me deixa meio encucado. Sei que se masturbar não tem nada demais, mas mesmo assim eu queria não ter vontade de me masturbar. Estudo as filosofias orientais e nelas se falam que devemos sempre nos resguardar e nunca ficar cedendo aos prazeres mundanos. Mas o problema é que não me agüento e se não me masturbo eu só fico pensando nisso e aí não agüento. Tenho medo de ficar viciado. Como conseguir controlar o desejo sexual? É possível educar a mente para não desejar o sexo e deixar de se masturbar? Fico confuso com tudo isso.


            O sexo é realmente um assunto que jamais se esgota e desperta curiosidades em todos, em qualquer idade. É natural ter dúvidas quanto ao sexo, pois ao mesmo tempo que ele é tão desejado ele é também muito mal entendido e até repreendido.
            Claro que aos 15 anos o tema do sexo vai ser uma das coisas mais presentes em sua mente. Não se assuste com isso, é natural e dá mostras de que você é um jovem saudável. Você pensar tanto em sexo   e se masturbar é muito comum aos garotos de sua idade e seria surpreendente se você jamais pensasse em sexo. A intensidade pelo ato masturbatório varia de pessoa para pessoa. Há aqueles que se contentam com menos e outros que são mais freqüentes nesta prática. Só seria vício caso você deixasse de viver sua vida e fazer seus afazeres para se masturbar. O vício é prisão, ou seja, não permite que você faça mais nada.
            Quanto as filosofias orientais mencionadas por você, elas não são contra a experiência da sexualidade, mas têm grandes ressalvas contra a vulgarização da mesma. Não se entregar ao mundano não significa reprimir a sexualidade a ponto de ela não existir. Significa, sim, vivê-la bem e com respeito. Você está confundindo o “dar um contexto para a sexualidade” com o “não ter sexualidade alguma”. Não é a mesma coisa.
            Você precisa aprender a encarar a própria sexualidade com outro olhar, mais generoso e natural. Não se julgue por desejar algo que é tão forte e tão presente na natureza humana. Brigar contra a natureza nunca é um bom negocio e só leva à infelicidade, além de transformar algo que pode ser bom e enriquecedor em algo sujo e feio. Há um ditado budista que diz Qualquer coisa que você viva, viva com dignidade. Aprenda a ver e viver sua sexualidade com dignidade e verá que não tem do que se envergonhar.

Um comentário:

  1. palmas para ambos! Para o jovem sadio e para o sábio psicólogo de mente culta e livre.

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