segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Crianças e armas de brinquedo



           Recebi três emails de mães preocupadas que seus filhos brincam com armas de brinquedo e queriam saber se essa brincadeira poderia fazer mal ou levar à violência. Aliás, essa é uma dúvida de muitas pessoas, como se só o fato de se brincar com armas de brinquedo pudesse ter o poder de transformar uma criança em um delinquente.
As armas sempre fizeram parte das brincadeiras infantis. Até mesmo em desenhos de televisão clássicos como Pica-Pau e Tom e Jerry há armas tais como facões, revólveres e espingardas. E mesmo assim diríamos que esses desenhos estimulam a violência? Certamente que não. No decorrer do desenvolvimento da criança ela aprende, com a devida orientação, que há uma diferença entre realidade e fantasia e que em fantasia podemos fazer determinadas coisas, mas que no mundo real essas mesmas coisas são proibidas e acarretam sérias conseqüências.
É também sabido que as crianças têm agressividade e que nessas brincadeiras a agressividade é expressa de forma lúdica e proveitosa. O fato de se brincar com armas de brinquedo não estimula a violência de forma alguma, aliás, mesmo sem os brinquedos em questão, as crianças, principalmente os meninos, fingem que suas mãos ou qualquer outro objeto são armas.
Não há porque reprimir essas brincadeiras em crianças. Elas só precisam de educação. Alguém diria que a prática do boxe estimula a violência? Se diz, deveria abandonar o preconceito e se informar mais. Há até pesquisas que indicam que bairros outrora extremantes violentos, depois que foi aberto uma escola de boxe tiveram o nível de violência reduzido. É porque na aula eles aprenderam que nem tudo se pode e a escola e instrutores envolvidos serviram como continentes para ajudar os jovens a controlar e a conter a própria agressividade. Lutar boxe, no lugar certo e com pessoas certas, é uma brincadeira e é através das brincadeiras que aprendemos a ser humanos. Com isso podemos ver que a brincadeira não estimula a violência, pelo contrário, pode até ajudar a controlá-la.

Um comentário:

  1. O proibir é questão maior do que o assunto em si.
    Tudo que é proibido detona em nós a vontade de fazê-lo.O trocar comedidamente uma arma de brinquedo por outro paulatinamente seria o melhor então ,mas não a proibição.Tu tens toda a razão quanto a não ter armas e adptá-las com as mãos ou outro objeto qualquer.Eu, menina, na fazenda da minha prima ,brincava com ela de mocinho e bandido usando as queixadas das ovelhas ,que os cães espalhavam pelo campo .Isso em 1954,com 12 anos de idade.Não ficamos violentas por isso,e não tínhamos as armas de brinquedo,nós as adaptamos.Assim como veio esse brinquedo , foi embora.Fase infantil.Nada de preocupações.
    A proibição pode alertar e despertar mais o querer , do que o deixar brincar.

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