segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Correntes Perigosas



            Vem se falando muito ultimamente de cura de homossexuais. Principalmente entre os evangélicos, tanto que há até uma bancada no congresso que gostaria de transformar em lei que os psicólogos e psiquiatras sejam OBRIGADOS a oferecer esse “tratamento de cura” quando requisitados para isso. É incrível como o ser humano pode ser ridículo.
          Primeiro é preciso deixar claro que a homossexualidade não é doença. É apenas uma maneira de ser como tantas outras que existe. Houve até mesmo épocas e culturas na história que aceitava a existência da homossexualidade sem nenhum drama. A maior crítica à homossexualidade é que ela é considerada errada porque não tem como fim a reprodução. Ora, a sexualidade humana não se baseia na reprodução. Isso é característico dos animais, já o ser humano é muito mais dependente de seu desejo e imaginação. Negar a existência do desejo é negar o humano.
       Se alguém é homossexual e não quer viver sua homossexualidade, tudo bem. É direito de cada um fazer o que quiser da própria vida, mas o que se torna perigoso e estúpido é usar a ciência (psicologia e psiquiatria) para servir a alguns fins: como querer controlar como o outro deve viver e definir o que é normal ou não, por exemplo. Isso beira à onipotência e toda onipotência vem do fato de não se aceitar as diferenças.
            Ninguém tem o poder e direito de transformar a natureza de uma pessoa. Discussões como essas são pura perda de tempo e energia. Todo mundo tem o direito de viver a vida como melhor lhe apetecer contanto que respeite a dignidade do outro.  A psicologia e psiquiatria devem estar a serviço da vida e do ser humano e não do controle. Para o controle existe a ditadura que é sinônimo da ignorância. Já para a psicologia e psiquiatria o que vale é se abrir às inquietações e angústias das pessoas, sem preconceitos e opiniões morais, para poder melhor ajudar no desenvolvimento do bom ser humano. A psicoterapia é ajudar o sujeito a se livrar de suas amarras que o impedem de viver plenamente todo o seu potencial e não dirigi-lo para seguir uma cartilha.

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