Sou
meio maluca. Me entrego a tudo o que eu sinto de corpo e alma, sem nenhuma
restrição. Falo o que eu quero, faço o que eu quero, fico com quem eu quero. Uso drogas também mesmo que me faça mal. Me
sinto parecida com aquela cantora Maysa que era muito passional e jamais se
reprimia. Só que viver assim as vezes me causa mal. Eu acabo ofendendo as pessoas
e dizendo o que eu não devia. Prometo coisas no calor do momento e não cumpro
depois. Começo a namorar um e já estou pensando no próximo que vai vir. Enfim,
sou pura emoção. Tenho medo de reprimir tudo isso e ficar sem sal, perder a
graça. Não sei o que fazer.
Ser
uma pessoa passional é ser uma pessoa impulsiva. O problema é que se entregar à
impulsividade, sem nenhuma restrição, pode trazer muitos dissabores, como você
bem sabe, já que parte para a ação sem pensar nas conseqüências dos seus atos.
Viver assim pode ser extremamente prejudicial.
Você
citou a cantora Maysa e se sente como ela: passional ao extremo. Vale lembrar
que a Maysa pagou um preço muito alto por sua impulsividade sem limites. Ela
machucou muitas pessoas que amava e se colocava frequentemente em situações de
risco. Acredita-se que sua morte, num acidente de carro e aos 40 anos, tenha
sido resultado de uma mistura de excesso de álcool e remédios. É assim mesmo
que você quer viver?
A
impulsividade tem a ver com irresponsabilidade. É não querer assumir
compromissos. Quer tanto abraçar o prazer e afastar o desprazer, que a
responsabilidade sempre traz uma dose, que se esquece que nem tudo pode e deve
ser feito.
Agora
você confunde contenção com repressão. Você acredita que precisa se reprimir
quando na verdade precisa aprender a se conter. A contenção se trata de não se
deixar dominar e cegar pelas emoções, mas usar sua mente para pensá-las. Quem
aprende a se conter não se torna sem graça, mas sabe dosar as emoções com a
razão de forma harmônica e saudável proporcionando viver uma vida melhor.
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