segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Amor na maturidade



            Como vivemos numa cultura onde se pratica o culto à juventude estranha-se quando se fala de amor na maturidade. Como se quem tem mais idade já não mais amasse ou mesmo tivesse desejo. Espera-se que a única forma de amor que pode vir dos mais maduros seja o amor pelos netos. Será que os mais velhos não amam? Será que não sentem mais desejos sexuais?
            Essa idéia estapafúrdia de que os mais velhos não transam vem do fato de se ligar a sexualidade com a reprodução. Já que eles não podem mais procriar, acredita-se de que não mais necessitam de sexo. Que idéia retrógrada e ignorante.
            A sexualidade humana, diferente da dos animais, não está a serviço apenas da reprodução, mas vai além e diz respeito ao direito e desejo de cada um. O ser humano deseja e é isso que sustenta uma vida sexual. O sexo não é feito de atos físicos desconectados da mente, porém é pura fantasia e imaginação. Quem possui mais idade não precisa ser desprovido de fantasia e imaginação e por isso mesmo pode viver uma vida sexual muito boa. É claro que o corpo já não é mais o mesmo, mas as mudanças não necessariamente precisam impedir de se viver a sexualidade. Pelo contrario, imagina-se até que quem já viveu mais pode deixar de lado ansiedades e angústias que antes minavam a vida sexual, tornando-se então muito mais livre para viver o sexo de forma mais prazerosa.
            É direito de escolha de cada um decidir se quer viver a sexualidade na maturidade ou não. O que não se pode é generalizar e estabelecer como verdade que aos mais velhos o sexo não é bem vindo. E uma pessoa com desejos que não se permite realizá-los, mata-se. Porque o que morre é a fantasia e o que seria de nós se abandonássemos as fantasias que tanto nos enriquece e regala?

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