segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O passado na psicanálise

            Muitas pessoas se perguntam por que a psicanálise se volta para o passado da história de vida do analisando. Acham isso um desperdício de tempo, dinheiro e que nada mais é do que um capricho. Muitos dizem que o passado já passou e não há mais o porque de se voltar a ele e que devem apenas seguir em frente. No entanto, há uma forte razão para que assim seja.
            Na análise há alguns momentos em que se voltar para o passado faz todo sentido para se entender o presente. Todas as pessoas carregam uma história e é através dela que pode-se entender como algumas coisas que não ficaram bem resolvidas ainda cobram, no tempo presente, um preço muito alto na qualidade de vida. Alguns fatos passados ficam como marcas e muitas delas machucam. Então durante a análise tem-se a chance de ver esse passado com outro olhar e com isso encontrar alternativas que permitam suavizar essas marcas.
            Voltar-se ao passado não é só uma questão de ficar preso a ele e se lamentar, mas sim a oportunidade de enfrentá-lo e criar para si outra história onde existe a possibilidade de haver liberdade. É se recriar. São muitos os que se mantêm atados ao passado e assim vivem o presente como se ainda estivessem num tempo que já não mais existe. Estão parados no tempo e viver dessa forma causa um empobrecimento na vida. Por isso, enfrentar o passado e se reconstruir são uma das melhores maneiras de viver um presente bem mais confortável e um futuro bem mais alentador.
            Para se compreender esse passado é preciso tempo e trabalho. Em outras palavras é necessário paciência para que as coisas comecem a fazer sentido. Não existe uma coisa tal qual uma Fast-Análise.  É como um trabalho artesanal que demanda dedicação. Se recriar é tal como uma obra de arte que necessita de atenção. Confúcio, pensador chinês da antiguidade, tem uma frase que vem bem a calhar: Para se entender o presente e construir o futuro, é necessário estudar o passado.

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