quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Valor do Humano

São muitas as pessoas que deixaram a humanização de lado e isso vem contribuindo imensamente para o empobrecimento das relações humanas. O homem nasce animal, mas se faz humano através dos relacionamentos. Por isso as relações humanas de qualidade são um imperativo para o crescimento de toda a sociedade. No entanto, ultimamente o que mais se vê são pessoas se desumanizando e se tratando como objetos.
            Tudo isso pode ser visto nos programas de televisão, nos comerciais e até nas empresas em que trabalhamos. São muitas as situações em que o homem passa de sujeito a objeto, pervertendo as relações. Assim, já que o homem se fez um objeto pode então ser usado, é mais uma mercadoria. Nos programas de reality show as mercadorias ficam estampadas na tela da TV para o nosso prazer, principalmente quando são exibidas cenas de humilhações constrangedoras. Nos comerciais são muitos os exemplos de desvirtuação de valores onde o que realmente importa é o ter e não o ser. Nas empresas suga-se até a medula dos funcionários e quando estes podem ser substituídos por outros mais baratos são descartados rapidamente.
            Essa desvalorização do humano acontece também nas famílias. Muitas vezes o diálogo e a compreensão encontram-se escasso e impera relacionamentos nos quais um usa o outro para atingir seus objetivos narcísicos. Vive-se um momento onde o outro está desprovido de valor e o que vale é o lucro que pode-se ganhar. A era do lucro e da “esperteza” nos impõe tirar vantagem de tudo, inclusive do próximo.
            Como foi dito acima é através dos relacionamentos que aprendemos a ser humanos. Gratidão, reparação, amor e paciência não nascem conosco, mas são coisas aprendidas quando há relações que priorizem essas atitudes e pensamentos. Ou seja, um trabalho de reeducação dos nossos valores se faz necessário. E é um trabalho de todos.
            Conhecer e analisar a nossa história de vida é um possível meio de sair dessa posição de objeto e passarmos a de sujeito. Pois isto implica a reflexão sobre o que fizeram conosco e o que nós fazemos conosco e com os outros e daí mudar o que precisa ser mudado. Começar a dizer não a situações perversas e criar novas posições onde o humano possa realmente nascer. Só conhecendo as origens de nossas atitudes podemos criar recursos para nos inovar. Uma só pessoa mudando suas atitudes pode ser o começo de uma grande mudança no mundo. Há um ditado que diz “uma andorinha só não faz verão”, mas eu prefiro uma frase de Gandhi muito mais verdadeira e poderosa: “Tudo o que fizeres de bem no mundo será pouco, mas mesmo assim é importante que você o faça”.

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