segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Seguir a si mesmo para viver bem



     Há uma anedota que conta que um mendigo que vivia de pedir esmolas num pequeno vilarejo, era motivo de chacota da população. Tudo porque quando alguém mostrava duas notas de dinheiro de diferente valor o mendigo sempre escolhia a de menor valor para si próprio. O povo achava tudo muito engraçado e vivia mostrando o quanto o mendigo era tonto ao repetir a mesma experiência. Um forasteiro, vendo a cena, foi um dia conversar com o mendigo e o questionou se ele tinha consciência dos sarros de que era vítima e porque nunca escolhia a nota de maior valor. O mendigo lhe sorriu e disse que no momento que escolhesse a nota mais valiosa a brincadeira deixaria de ter graça e ele perderia sua fonte de renda.
     Com essa parábola podemos aprender várias coisas. Uma delas é que as aparências nem sempre são verdadeiras. O mendigo parecia idiota, tonto, mas na verdade ele estava sendo mais esperto que a população que o considerava como tal. Isso mostra o quanto olhar apenas as aparências pode ser extremamente enganoso. Uma segunda coisa que podemos aprender com essa história é que se a ambição for demasiada pode por tudo a perder. Caso o pedinte começasse a cobiçar mais e mais, uma hora isto seria percebido e seus planos iriam por água abaixo. 
     Já a terceira lição que penso que pode ser depreendida da anedota é a que considero mais importante: o que os outros pensam de nós e o que nós pensamos de nós mesmos. Podemos ficar bem mesmo quando a opinião das pessoas de fora não está a nosso favor. Em outras palavras, a opinião alheia conta muito pouco quando estamos certos daquilo que nos faz bem e é nosso caminho. Infelizmente muita gente esquece disso e fica à mercê do que os outros dizem ser correto. 
    Acontece que nossa realidade, aquilo que sabemos de nós mesmos, não tem como ser apreendido pelo outro, que vai fazer apenas julgamentos de valores que nada têm a ver com nossa realidade interna. Saber viver e ter esses jogos de cintura fazem com que a vida se torne possível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário