A dependência do álcool é algo que
vem crescendo de forma alarmante e se tornando um grave problema de saúde
pública. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) o álcool é consumido no
mundo inteiro e cada vez mais por pessoas jovens de seus 15 anos levando a
inúmeros problemas como aumento da violência, desenvolvimento de doenças e prejuízos
na produtividade do trabalho. Mas afinal por que o uso do álcool está sério
assim a ponto de constituir um problema tão nocivo?
Álcool é droga, como muitas outras
drogas, tais como heroína, cocaína, etc. Porém, na maior parte dos países é uma
droga legalizada, portanto permitida, e até mesmo incentivada. Num grupo de
jovens, por exemplo, é normal o uso cada vez maior do álcool como um rito de
passagem e de pertencimento. Aquele que não bebe está fora do grupo. É na
juventude que o álcool entra na vida das pessoas, ás vezes, para dela jamais
sair. O jovem está mais vulnerável ao uso abusivo do álcool.
Tornar-se adulto não é tarefa fácil.
Demanda muita elaboração interna, aceitação de perdas e tomadas de
responsabilidade. Fora isso o jovem está no melhor momento físico de sua vida e
se acredita “eterno” e “invencível”. Obviamente por isso não é capaz de pensar
nas consequências de seus atos. Beber se torna obrigatório para participar da
vida em grupo com outros jovens e ganha também o sentido de diversão máxima.
Inicialmente prazeroso e recreativo o uso do álcool pode descambar para abuso e
daí virar um problema.
Quando o álcool passa a ser a
condição para se viver e estabelecer relações com o outro torna-se destrutivo.
Quem passa a necessitar do álcool para encontrar respostas, alívio e como facilitador
da vida torna-se dependente. O jovem, por poucas experiências e por não saber
como se preservar, passa a ser canditato à dependência. Faltam-lhes
alternativas saudáveis para encontrar caminhos diferentes e mais construtivos.
Por isso vemos tantos jovens que afirmam com todas as letras que bebem mesmo
até cair e acham isso “maneiro”.
O jovem está em processo de
desenvolvimento, sem muitos recursos internos e o álcool aparenta ser uma saída
mágica para a angústia do crescimento. Como conversamos com os jovens sobre
isso nas escolas ou em casa? Será que abrimos espaço para dialogar
verdadeiramente ou apenas julgamos e condenamos sem nem oferecer a eles uma
possibilidade de pensar sobre o que fazem consigo? Não basta apenas condenar e
dizer que faz mal, mas oferecer de fato uma outra via para que esses jovens
possam se construir e desenvolver. É um trabalho que leva tempo e requer
paciência, mas que no final vale. Os problemas sociais que vivenciamos só podem
ser resolvidos se pensarmos. De nada adianta apenas reclamar.
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