Após uma discussão entre
a família do marido da minha irmã com os meus pais, minha irmã simplesmente nos
excluiu da vida dela. Fiquei sem entender, pois no dia do fato ninguém de nós
os ofendeu, mas fomos ofendidos (o motivo da briga foi que me pai se
propôs a pagar a faculdade para minha irmã, pois ela e o marido não tem
condições e ela falava que queria muito fazer). No momento da discussão minha
irmã não falou nada nem para nós e nem para eles. Eles saíram da casa logo
depois e após estarmos apenas eu, meu pai, minha mãe e ela nos despedimos
com abraço e beijo. Após esse dia minha irmã começou a nos ignorar e por
conta disso não posso mais ver meu sobrinho. Recentemente foi nosso aniversário,
fazemos no mesmo dia (não somos gêmeas) e como já fazia 7 meses que ela
não falava mais comigo, achei que seria uma oportunidade de nos aproximar.
Então mandei msg desejando parabéns e falando que sinto falta dela e do
meu sobrinho. Ela simplesmente não respondeu... não sei lidar com o desprezo
dela, é triste saber que tenho uma irmã e um sobrinho que não posso mais ter
contato. Parece que para ela já não sou mais nada.
O que me chamou atenção
no seu email foi o título que você deu a ele: “Como compreender a dor de uma perda de alguém que não morreu?”.
Lendo seu relato sobre o que aconteceu entre você e sua irmã pude ver que você
fala da dor do afastamento, da saudade e da não compreensão do que ocorreu. Você
quer uma explicação.
Infelizmente,
o mundo não funciona tão certinho assim e muitas vezes queremos explicações e
elas não nos são dadas. Nos relacionamentos, principalmente, há muitas áreas
nebulosas, que ficam difícil entender o que se passa realmente. Isso ocorre
porque depende também do outro falar para que as peças vão se encaixando e uma
compreensão venha a ser formada. Se o outro não falar não temos peças
suficientes para encaixar para formar uma imagem do acontecido. Só teremos as
nossas peças e isso é sempre insuficiente.
Pode
acontecer, também, de sua irmã não entender bem o que a levou ter tal atitude
com você. Sim, muitas vezes temos ações sem nem saber porque estamos fazendo de
tal jeito. A mente humana é mesmo cheia de contradições. Não sabemos o que se
passa com sua irmã. Você sabe o que foi falado nessa briga entre famílias que
vocês tiveram, porém você não sabe o que sua irmã ouviu. Há diferenças entre o
que é falado e o que é ouvido. Mas isso só ela mesma poderia dizer.
Ao que
parece você já fez um movimento de aproximação. Agora depende dela. Você não
poderá cruzar essa distância sozinha. Pode ser que demore, pode ser que nunca
venha a ter proximidade. Só resta mesmo, nesses momentos, tolerar. A saudade, a
confusão, a dor. Não há muito mais que possa ser feito. Para propiciar uma
aproximação, se for possível, vai exigir delicadeza e o cuidado com o que se
fala.
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