Nos dicionários a definição da palavra absurdo
diz que é aquilo que é destituído
de sentido ou racionalidade, que não se enquadra em regras e condições
estabelecidas. Pois bem, esse adjetivo é ótimo para qualificar como os
seres humanos funcionam. Os humanos atuam de maneira absurda perpetuando cada
vez mais equívocos e sofrimentos desnecessários.
Um desses absurdos é quando as pessoas agem no mundo
externo esperando que isso venha a mudar o mundo interno. Na verdade só o
contrário é possível. O interno é que pode vir a mudar o externo, mas nunca o
oposto. As mudanças, como já é de conhecimento de todos, só podem vir de
dentro, mas o que mais existe são pessoas agindo externamente no mundo tentando
deixa-lo mais justo e bonito enquanto internamente essas mesmas pessoas estão
enfraquecidas e empobrecidas. Alimenta-se muito a imagem, mas
pouco valor se dá para o conteúdo.
Não é à toa que nossa política está desse jeito tão
caótico e prejudicial. Mudam-se, ás vezes, os candidatos, mas as práticas
permanecem as mesmas, os discursos são praticamente repetições de outros
anteriores e o resultado acaba sempre sendo o atraso. É absurdo falar em
políticas melhores se não há uma verdadeira mudança que começa, sobretudo, nos
próprios eleitores. Os eleitores são muito bons em reclamar, mas nada bons em
assumir as responsabilidades de votar de uma maneira que priorize a mudança. Os
votantes elegem os mesmos tipos de candidatos porque na verdade eles mesmos não
mudam e votam naquilo em que se identificam.
É duro constatar isso, mas o problema é muito mais
interno, da mente individual de cada um que ao se juntar com outras mentes
individuais formam uma sociedade que termina por não funcionar adequadamente. O
que vivemos é fruto do quanto dentro de cada cidadão existe um ser que quer
estar por cima sempre, tirando vantagens indevidas e se sentir melhor e
superior. Por isso que só produzimos esses candidatos com essas mesmas
características. Sim, os candidatos que temos somos nós que produzimos seja de qual partido for. Eles
não surgem do nada, porém vêm e se alimentam do que há dentro de nós.
Se não repensarmos como vamos lidar com o mundo, sobre o
que de fato queremos ficaremos sempre nas mesmas condições precárias. É absurdo
esperar que a sociedade, política, violência se resolvam independente da
maneira como escolhemos viver o nosso dia a dia. Não tem o menor sentido. Falta
uma verdadeira revolução, mas não de armas e de troca de personagens como
muitos imaginam e sonham, mas a verdadeira revolução que faz falta é a da
mente, de como podemos escolher com mais consciência. Infelizmente o apego dos
humanos ao absurdo é muito forte.
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