Casei com 23 anos, hoje tenho 30 e estou entediada
com o casamento. Meu marido é muito, muito ciumento e não me deixa sair para
lugar algum. De uns tempos para cá um amigo dele começou a me falar que eu sou
muito bonita e inteligente para me submeter a tantas exigências. Com o tempo
acabamos ficando muito íntimos e em uma briga que tive com meu marido fui
desabafar com esse amigo e nós acabamos ficando. Já tem quase cinco meses que
estamos saindo escondidos, estou tentando separar do meu marido mas não sei se
ele aceita, meu amante quer que eu me separe para ficar com ele de vez . Não
sei o que fazer.
O que será que você de fato quer?
Não entendi pelo email que me enviou. Quer se separar? Então, o que te impede?
Se você deseja a separação deve ir atrás dela, no entanto fica a esperar que
seu marido se separe por você. Quem quer algo deve correr atrás e pagar o
preço.
Posso estar errado, mas tenho a
impressão que é justamente isso, o preço, que você evita pagar. Seu marido
estabeleceu sua vida e você aceita e faz da vontade dele lei, mesmo que
cladestinamente você faça o contrário. Não luta pelo o que quer e precisa se
esconder. Agora, assim como fez com o marido faz com o amante que decide que
você não deve se submeter às exigências do marido, só que cria outras
exigências a que você se submete. Isso é o mesmo que pular da panela para a
frigideira. Em outras palavras você não mudou, só mudou os personagens, mas o
roteiro continua o mesmo.
Enquanto não aprender a ser sujeito
da própria vida tudo será a mesma coisa e se repetirá. Para isso não acontecer
precisará se conhecer e ser fiel ao seu desejo do que pode na vida. A questão
não é o marido e nem o amante, mas o que você faz consigo.
Somos responsáveis pela
maior parte do que nos acontece na vida. Muitas vezes gostamos de pensar que
somos vítimas do destino já que o sofrimento também proporciona um gozo. Um
gozo masoquista, mas mesmo assim um gozo! Só que ficar presa a esse tipo de gozo
empobrece a vida e os sentidos e deixa-se de se descobrir de verdade a pessoa
que poderia vir a ser.
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