Uma história conta sobre um discípulo que vivia aprendendo importantes fatos na companhia de um
grande mestre. Um dia estavam os dois descansando perto de uma cidade; o mestre
em meditação e o discípulo procurando pedras que achava pelo caminho e que
gostava de colecionar quando foi tomado por uma questão que levou ao mestre.
- Mestre, por que as pessoas
desperdiçam tanto as suas vidas em coisas tão insignificantes. Como vícios,
relacionamentos doentios, valores errados?
- Simples. Elas são incapazes de ver
o quanto as suas vidas são valiosas.
- Mas mestre – surpreendeu-se o
discípulo – é claro que as pessoas sabem que suas vidas são valiosas.
- Sabem, é? – depois de pensar um
pouco o mestre disse – Pegue essa pedra que você acabou de achar perto do rio e
leve ao mercado e veja o que consegue em troca dela.
Intrigado o discípulo foi à cidade e
lá, na primeira barraca do mercado, tentou trocar a pedra. O vendedor, tomado
de fúria, mandou-o embora dizendo-lhe para não fazê-lo perder tempo. O segundo
vendedor daria uma cebola e justificou seu ato afirmando que assim fazia porque
queria se livrar do jovem impertinente. Já numa terceira barraca o vendedor
arregalou os olhos quando viu a pedra e disse: - Não tenho dinheiro suficiente
para lhe pagar por essa gema preciosa que ainda não foi trabalhada para se
transformar numa joia rara.
O discípulo voltou correndo até o mestre
e lhe contou o ocorrido. O mestre disse: Vê? Nem todos sabem reconhecer aquilo
que é realmente valioso.
A gente troca, com frequência, nossas
vidas por coisas sem o menor valor. Isso ocorre porque não sabemos valorizar
nossas vidas como elas devem ser valorizadas. Fazemos maus negócios e
desperdiçamos nosso bem mais precioso.
A nossa miopia não permite enxergar o valor da vida. Para
podermos ver de fato esse valor é necessário desenvolver uma mente. Só com ela
podemos pensar sobre o que vamos fazer conosco, que arranjos vamos construir no
decorrer do tempo. Desenvolver uma mente não se trata de intelectualidade ou se
encher de conhecimentos, mas de um aparelho psíquico que permite considerar com
mais propriedade como vivemos e que escolhas fazemos. A mente é como uma lente
que permite ver com maior clareza e nitidez que nem tudo que fazemos e
valorizamos é realmente importante. Quem não desenvolve a própria mente fica
cego e faz trocas, consigo mesmo e com o mundo, muito ineficientes.
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