Dia 27 de agosto celebra-se o dia do
psicólogo, aquele profissional dedicado a criar espaço para se pensar e
promover a saúde mental. A psicologia é ainda jovem entre muitas outras
ciências, mas nunca se precisou tanto dela quanto hoje em dia. Ela é também
muito mal compreendida e sofre inúmeros preconceitos. Quando uma pessoa, por
exemplo, quebra uma perna ou está padecendo de alguma enfermidade orgânica
todos reconhecem a necessidade de cuidados terapêuticos. Ninguém irá olhar para
uma pessoa necessitada de cuidados médicos com desdém ou como se se tratasse
apenas de “frescura”. Contudo, isso é o que ocorre quando o sofrimento é da
dimensão subjetiva.
Quando alguém sofre psiquicamente
além de ter que lidar com a dor em si tem que lidar também com o preconceito de
pessoas que acham que o sofrimento subjetivo é irrelevante ou de menor tamanho.
Como se pudesse ser deixado de lado e assim passaria sozinho. Até há pessoas
que creem que quem sofre psicologicamente é fraco, sem nenhuma força de
vontade. Só que a falta da saúde mental faz muito mal e traz vários prejuízos
para a vida da pessoa que sofre e para quem está ao redor.
Quem sofre psicologicamente não vive
bem. Pode até ter condições materiais boas e apropriadas, contar com familiares
carinhosos e amigos prestativos, ter muitas boas oportunidades abertas, mas de
nada adianta tudo isso se a mente não está bem porque no fim é ela que vai nos
possibilitar ou não o que podemos aproveitar da vida. É a mente que dá o tom de
como nossas experiências ao longo do tempo serão digeridas. Portanto, uma mente
adoecida, sofrendo além da conta, não tem como favorecer uma boa digestão e
toda a vida será sentida como pesada, sem sentido e sem graça. A vida torna-se
intolerável.
Quantas pessoas vocês não conhecem
que tem todas as condições para estarem bem e serem felizes, mas levam vidas
miseráveis? Caindo sempre nas mesmas angústias, nos mesmos erros, atitudes e
repetições? Com certeza todos vocês ao menos conhecem alguém assim se não até
muitas pessoas assim. Não tenham dúvidas
de que é a mente que nos permite enxergar a vida com bons ou maus olhos.
Sabendo disso fica nítido que saúde mental não é brincadeira.
Há muitas abordagens dentro da
psicologia, muitas maneiras de se ver a vida e lidar com ela. Há sempre alguma
que fará sentido em algum ponto. No entanto, qualquer que seja a abordagem ou
linha teórica escolhida o profissional da psicologia deve cuidar de seu bem
mais precioso tanto para o próprio trabalho quanto para a vida: a sua mente. O
profissional que não se conhece não tem como ajudar outros a se conhecer. Seria
o mesmo que um cego guiando outro cego em beiras de precipício. Para quem
pratica a psicologia, psicoterapia, psicanálise, etc. conhecer-se é fundamental.
Se o profissional não aprender a escutar as suas angústias, medos e desejos
resistirá a conhecer esses conteúdos na pessoa que atende e acabará por fugir
ou evitar a relação terapêutica transformadora. Porque mexer no mundo interno
nunca é fácil, porém é necessário se queremos aprender a viver bem. Quem se
submete à psicoterapia aprende uma das mais importantes lições nesse mundo que
é compreender que sobre alguns sofrimentos nada podemos fazer a não ser
aceitar, mas que há outros que temos como evitar e dispensar. Em outras
palavras a psicologia nos ensina que podemos viver com mais qualidade
aprendendo a escolher melhor onde nos metemos e a abrir mão de alguns sofrimentos
desnecessários. Está ou não faltando saúde mental no mundo?
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