sexta-feira, 8 de junho de 2018

Pergunta de Leitor - Alma Insatisfeita




Tenho 32 anos e sou casado há onze com uma mulher, que foi a única que até agora me relacionei. Antes disso só me relacionava com mulheres mas sem sexo envolvido, transava com garotos mas nunca pude estabelecer uma relação estável com outro homem por não acreditar no futuro de uma relação homossexual. Agora tem um homem que me ama e eu o amo. Ele quer que eu largue o meu casamento e assuma a relação. Gostaria mas não posso. Estou confuso, pois amo minha filha que é um encanto e não consigo abandonar minha ideia de casamento perfeito, mas também não posso abandonar o homem que amo. O que me consola é o sexo fácil com homens em qualquer banheiro público. O que faço, o que me aconselha?

            Você se percebe atraído por outros homens. O prazer está ligado a uma orientação homossexual. E também são os homens que te fazem suspirar e sonhar com o amor e não uma mulher. A sua preferência é claramente por homens e agora, talvez, por um homem em particular.
            Fazer sexo em banheiros públicos parece ser mais como um tipo de consolação que você encontra. No casamento falta-lhe algo. Assumir uma relação homossexual lhe parece impossível, então sobra o prazer fugaz e rápido das relações escondidas e sem compromisso. Assim um certo “alívio” biológico é satisfeito, mas a alma continua insatisfeita.
            Casos como o seu há inúmeros mundo afora. Isso ocorre porque há uma idealização do casamento heterossexual e da família. Você funciona procurando na normatização uma vida plena e que te satisfaça. Mas não funciona assim. Em alguma uniões isso é resolvido através dos/as amantes que permitem os casamentos existir. Amantes só existem porque casamento e desejo sexual nem sempre estão em harmonia. Agora, isso já não lhe é mais possível pois o homem que ama não aceita mais ser amante.
            Hoje, seja qual for a decisão, tanto permanecer no casamento quanto assumir uma relação homossexual vai te fazer infeliz porque haverá perdas e rupturas que não se sente capaz de enfrentar. Não sei o que te aconselhar até porque conselhos de nada servem. Não acredito em conselhos. O que acredito é na possibilidade de pensar na situação em que você se meteu para descobrir o que realmente você pode viver. Para isso é necessário uma análise para que, ao compreender a sua história você saiba quem você é, o que quer e o que pode.

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