Nasci em uma família
tranquila. Claro que houve brigas e desentendimento e até mágoas, mas de forma
geral éramos bem estruturados. Quando entrei na faculdade, cheguei virgem e sem
experiência nenhuma com relacionamentos amorosos. Mas desde que comecei minha
vida amorosa ficou tudo um inferno. Meu primeiro namorado, que durou três anos
era alcoólatra e chegou a ameaçar me bater. Mesmo assim esse relacionamento
durou três anos. Despois que nos separamos me encantei por um homem com quem
acabei me casando. Nosso relacionamento durou dois anos e ele também era
alcoólatra e chegou a me bater e humilhar. Depois de separada casei com outro
homem que não bebia, mas que me humilhava diariamente e até publicamente. Toda
a sua agressividade era despejada em cima de mim. Qual é afinal o meu problema?
Por que só homens que não prestam se aproximam de mim?
Pela forma que você conta sua vida
amorosa fica-se a ideia de que você é uma verdadeira vítima do destino, cheia
de fatalidades e azarada com os parceiros que lhe aparecem. Entretanto, quando
a gente passa a conhecer mais intimamente o ser humano aprendemos que não somos
tão vítimas assim e que no que concerne à vida amorosa, principalmente, somos
responsáveis pelos seus desdobramentos e não é tudo fruto de um destino cruel.
É claro que existe azar, mas o que
não dá é para creditar todas as suas desventuras na sua má sorte. A verdade é
que estamos constantemente escrevendo nossas histórias e por isso mesmo somos
responsáveis por nossas escolhas. O grande problema é quando não temos
consciência do que estamos escrevendo, quando deixamos tudo nas mãos do
inconsciente. Por exemplo, no seu caso, você não se apegou a esses homens à
toa, mas por alguma razão que só pode ser encontrada no seu mundo inconsciente.
Parece-me, e isso é só uma hipótese,
que você precisa ser um para-raio, ou seja, só receber choque e agressividade.
Em níveis mais profundos em sua mente sua carência deve ser tão grande que
aceita qualquer um, mesmo que a um custo alto. Para-raios chama raios. Você
chama (inconscientemente) homens de quem nada de bom pode advir, mas apenas a
humilhação, que por alguma razão que não sabemos você fica submetida. Talvez
você nunca acreditou que pudesse ter coisas melhores na vida e tem medo de
arriscar. Resultado: envolve-se sempre com os mesmo tipos de homem.
Para transformar isso é necessário
que se analise, que compreenda o que se passa nos recônditos escuros de sua
mente. Com um analista que saiba te escutar poderá aprender a se ouvir e terá
meios de criar recursos que te façam você mesma se valorizar mais. Esses homens
não te respeitam porque você também não aprendeu a se respeitar. Assim você
fica exposta a todo tipo de abusos e de homens. E o triste é que tanto o
abusador quanto o abusado vão achando isso natural. Tenha sempre em mente que
se não houver respeito não há como existir amor.
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