segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Psicologia e Psicanálise Mal Usadas




            A psicologia e psicanálise são frequentemente usadas quando se fala da vida. Obviamente esses dois campos de saber existem justamente para isso mesmo: para se pensar a vida e criar meios que  nos permitam vivê-la de forma mais eficiente. Porém o que acaba acontecendo é que tanto a psicologia quanto a psicanálise são utilizadas, muitas vezes, de maneira leviana e deturpada. Ao invés de trazer um enriquecimento termina caindo nas áreas do senso comum e da interpretação selvagem.
            Veja, por exemplo, quando alguém adoece. Se algum conhecido aparece com uma doença como câncer muitos em volta já dispararão interpretações de botequim dizendo que a pessoa segura muito as emoções e não se expressa. Assim além da pessoa ter que lidar com o câncer, que já é uma luta árdua, tem também que lidar com o sentimento de culpa como se ela tivesse sido culpada de ter câncer ou que tivesse escolhido ficar com câncer. Nem preciso mencionar que muitas doenças têm, sim, bases psicológicas e que a mente pode agravar ou até originar muitos casos. Contudo, não dá para generalizar e sair distribuindo culpas por aí.
            É só alguém surgir com alguma dor em alguma parte do corpo que pseudo-psicólogos de almanaque vão tirar da cartola da ignorância toda uma série de interpretações. Vão dizer que tal órgão representa isso ou aquilo e que a pessoa está “segurando” energia, seja lá o que for isso. Evidentemente, a psicologia e a psicanálise entendem a psicossomática que é a influencia da mente no funcionamento do corpo. Isso existe sim, mas não dá para toda hora dizer que qualquer mal funcionamento orgânico seja devido ao fato de haver um problema psicológico.
            Os excessos são terríveis. Há pessoas que consideram que a mente nada influi no corpo e pecam então por um pensamento materialista muito intenso. Outros, por sua vez, consideram que tudo é mente/espírito e exageram na dose do mundo interno e subjetivo. Como tudo na vida o equilíbrio é a melhor política. Temos um  corpo e uma mente e precisamos dar atenção aos dois, sem insistir apenas em um. Se a balança estiver equilibrada poderemos viver bem e saudáveis. Todavia, se houver desequilíbrio e pender para apenas um lado vamos ficar aquém das nossas potencialidades e empobrecer a vida. 

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