Uma
história budista conta sobre um mestre que foi ao mercado com seus discípulos.
Esse mestre era conhecido por ser um sábio e por usar corriqueiras situações
como matéria para aprendizagem. Vendo um homem arrastando uma vaca ele o parou e
chamou todos os discípulos ao redor e lhes fez a seguinte pergunta “Quem está amarrado a quem? O homem à vaca ou
a vaca ao homem?” Os discípulos pensaram e disseram que era claro a vaca
estar atada ao homem, pois ele a arrastava, ele era o mestre e a vaca a
escrava. O mestre sorriu, pegou uma tesoura, e cortou a corda entre o homem e a
vaca. Nesse momento a vaca saiu em disparada fazendo com que o homem saísse
correndo atrás dela. O mestre disse: Agora
a situação se inverteu e a vaca se tornou mestre. Vejam, o mesmo acontece com
vocês e suas mentes. A vaca é as ilusões que vocês carregam aí dentro, mas são
vocês que estão interessados nela, vocês se prendem a ela e quando ela se
afasta vocês correm atrás dela. Isso causa doenças e deixa o espírito pesado.
Porém, se vocês se desinteressarem de tudo aquilo que não precisa vocês serão
livres e não precisarão ficar presos a nada.
É uma verdade dolorosa de se ouvir e de saber que muitas
vezes nós ficamos presos e criamos muitas situações que nos adoecem por
responsabilidade (ou falta dela) nossa. Frequentemente desenhamos cenários
internos catastróficos e nos atamos a tantas coisas inúteis e irreais que
passamos a viver as nossas criações e não a realidade. Estar constantemente
ansioso, por exemplo, é ficar correndo atrás de várias vacas imaginárias.
O problema é quando passamos a tratar as vacas imaginadas
como reais e nos distanciamos daquilo que realmente importa. A grande maioria
das adversidades que padecemos é por nos envolvermos com nossas alucinações.
Uma pessoa que sofre é uma pessoa aprisionada. A saúde mental requer liberdade
e esta não vem gratuitamente, mas precisa ser conquistada. É um processo longo
se livrar de algumas “vacas” e necessitamos de paciência, persistência e
tolerância. O caminho para ser livre é árduo, contudo é o único que vale a pena
trilhar.
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