Quando
nos encontramos desesperados, cheios de angústias, devemos evitar tomar
decisões importantes e grandiosas. Isso parece óbvio já que quando estamos
angustiados não conseguimos pensar com clareza e por isso mesmo tomar uma
decisão importante é algo que pode levar a um erro severo. Apesar de ser óbvio,
o que mais encontramos é pessoas tomando decisões nos piores momentos
possíveis.
Tomar uma decisão, quando alguém se encontra em desespero, é perigoso porque o
que pode estar impulsionando os atos desta pessoa pode ter muito mais a ver com
o fato de ela querer se livrar da ansiedade que sente do que estar realmente
pensando sobre o que acontece. Assim, as decisões estarão a serviço do impulso,
do querer se ver logo livre do que causa o desespero e não haverá verdade e
genuína reflexão sobre o que se decide.
O
mais provável que ocorra quando alguém toma uma decisão em desespero é ser
levado a trilhar os caminhos que pareçam mais fáceis, mas que quase nunca são
bons verdadeiramente. Na angústia é muito fácil se enganar. Acolher essa
ansiedade se faz vital porque quando toleramos o que sentimos podemos abrir
espaço para realmente pensar sobre o que temos que fazer. O pensamento útil só
pode existir à medida que toleramos o sofrimento que uma angústia nos desperta
e assim, ao não ficarmos num frenesi, poderemos pesar os dados que temos e
chegar a uma decisão harmônica com nós mesmos.
Aos
desesperados que estão prestes a tomar os pés pelas mãos recomenda-se
tolerância e paciência para que um pensamento verdadeiro possa ser construído.
As soluções para os nossos problemas nunca vem prontas e imediatas, mas
precisam ser elaboradas, criadas a partir do que realmente conseguimos ver e
refletir. O grande problema é que muita gente acredita que ser paciente e
tolerante para o que vem lhe acontecendo é ser passivo e acomodado, o que é um
terrível engano. Paciência e tolerância exigem um altíssimo grau de
investimento em si mesmo, na própria mente e isso nada tem a ver com
passividade. Para sermos pacientes e tolerantes precisamos ser muito ativos, ou
seja, donos de nós mesmos, ou em outras palavras: ser completamente livre.
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