O
filme americano Na natureza selvagem (Into
the wild, 2007) baseado no livro homônimo conta a história verídica de um jovem
inteligente e recém formado que decide abandonar tudo para ir ao Alaska, longe
de todos e de toda a civilização, para entrar em comunhão com a natureza.
Conforme ele vai viajando até o Alaska conhece muitas pessoas e lugares e
muitas dessas pessoas gostariam de ter com ele um relacionamento mais duradouro
e rico, mas ele foge disso tudo e acredita que no meio da natureza selvagem do
Alaska vai encontrar o que tanto precisa. Nem ele sabe bem o que procurava, mas
podemos entender que procurava ele mesmo.
Essa
história fez e faz muito sucesso. Não são poucos os que se identificam com esse
jovem. Isso acontece porque no fundo precisamos ter contato com nossa natureza
e que estamos sempre à procura de nós mesmos. Esse jovem teve um final triste e
trágico e isso mostra que quando a gente desconhece a própria natureza a chance
de nos sairmos mal é muito grande. Essa natureza, que nada mais é do que nossa
própria mente, precisa ser trabalhada para que possamos viver melhor.
Com
muita frequência nossa natureza nos assusta. Ter um contato verdadeiro consigo
mesmo não é pouca coisa e nem fácil. A tendência é a gente fugir, querer deixar
para lá o trabalho que devemos ter para conosco. O problema é que seja para
onde for que fujamos sempre levamos nossa mente conosco. Então não tem jeito de
fugir de si mesmo. O jovem da história tentava fugir de si mesmo acreditando
que ao estar na natureza iria encontrar a paz que tanto desejava. O maior erro
dele e que lhe custou caro foi achar que a paz que ele tanto queria ia ser
encontrada fora dele e não dentro. A sua vida mental lhe era cheia de impulsos
dos quais não conseguia dar conta e o que ele mais queria era fugir do que
sentia.
Aquilo
que sentimos pode ser muito confuso e não gostamos de tomar consciência dessa
confusão porque esta nos causa um desprazer. Ás vezes o que sentimos nos é
intolerável. Porém, não há o que se fazer com o que sentimos a não ser acolher
e aprender a tolerar para que isso tudo possa ser transformado. Fugir do que
sentimos não leva a nada e é inútil. E mais, ninguém poderá dar conta por nós
do que sentimos. Esse é um trabalho individual, afinal ninguém pode sentir por
nós. Nossa natureza (mente) pode ser muito selvagem e cheia de perigos e
armadilhas e então entendê-la se faz mais do que necessário. É imperativo
aceitarmos nossa natureza para que possamos trabalhar com ela e viver com ela.
O mais importante, contudo, é sabermos que essa natureza está dentro de nós e
que de nada adianta procurarmos por respostas fora de nós.
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