segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Saber Prestar Ajuda



            Quando tomamos um avião, antes dele decolar as comissárias de bordo sempre apresentam aquelas instruções iniciais como sinalizações, saídas de emergência e muitas outras. Uma delas é bem interessante e diz respeito às máscaras de oxigênio. Estas, em caso de necessidade, caem do alto e os passageiros devem pô-las em si mesmos antes de ajudar quem quer que seja. Se a cabine do avião despressurizar corre-se o risco de ficar sem oxigênio e sem ele podemos ficar inconscientes rapidamente, o que nos impede de fazer qualquer coisa. Pensando nessa instrução exaustivamente repetida em todos os voos podemos aprender algo importante que ultrapassa a cabine do avião e serve para a vida diária: antes de ajudar outro precisamos primeiro nos ajudar.
            Uma coisa tão simples como essa instrução é de conhecimento de todos. Porém, nem sempre aquilo que é simples é utilizado. É grande o número de pessoas que se esquecem disso e resolvem ajudar outras pessoas, achando que estão fazendo o melhor bem possível, mas na verdade estão comprometendo-se e atrapalhando os outros. É incrível perceber que há certos tipos de indivíduos que querem tanto mudar o jeito de viver do próximo e ficam cegos e surdos quanto à maneira que vivem.
            Ninguém molda o outro e nem deveria desejar isso. A gente só pode moldar a nós mesmos e isso já está de bom tamanho. A ajuda que prestamos ao outro também deve ser delicada e jamais ser impositiva, senão se torna violência e não ajuda. Entender isso é fundamental e vital para realmente se prestar ajuda eficaz. Prestar ajuda é uma verdadeira arte e requer sutileza e respeito. Muitos padres missionários no decorrer da história do Brasil, por exemplo, jamais entenderam isso. Eles não prestaram ajuda alguma aos povos indígenas. O que fizeram foi impor, violentamente, uma maneira de viver que não era a dos índios. Muitos pregadores evangélicos também fazem isso quando “pregam” ou deveríamos dizer forçam determinados dogmas às pessoas. E o que dizer daqueles psicoterapeutas que em vez de aprender a escutar seus pacientes e saber como ajuda-los a serem eles mesmos fazem o contrário e impõe uma ideia como se tratasse da única e exclusiva verdade? Pois é, devemos primeiro respirar fundo antes de querer ajudar os outros.

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