Quando tomamos um avião, antes dele
decolar as comissárias de bordo sempre apresentam aquelas instruções iniciais
como sinalizações, saídas de emergência e muitas outras. Uma delas é bem
interessante e diz respeito às máscaras de oxigênio. Estas, em caso de
necessidade, caem do alto e os passageiros devem pô-las em si mesmos antes de
ajudar quem quer que seja. Se a cabine do avião despressurizar corre-se o risco
de ficar sem oxigênio e sem ele podemos ficar inconscientes rapidamente, o que
nos impede de fazer qualquer coisa. Pensando nessa instrução exaustivamente
repetida em todos os voos podemos aprender algo importante que ultrapassa a
cabine do avião e serve para a vida diária: antes de ajudar outro precisamos
primeiro nos ajudar.
Uma coisa tão simples como essa
instrução é de conhecimento de todos. Porém, nem sempre aquilo que é simples é
utilizado. É grande o número de pessoas que se esquecem disso e resolvem ajudar
outras pessoas, achando que estão fazendo o melhor bem possível, mas na verdade
estão comprometendo-se e atrapalhando os outros. É incrível perceber que há
certos tipos de indivíduos que querem tanto mudar o jeito de viver do próximo e
ficam cegos e surdos quanto à maneira que vivem.
Ninguém molda o outro e nem deveria
desejar isso. A gente só pode moldar a nós mesmos e isso já está de bom
tamanho. A ajuda que prestamos ao outro também deve ser delicada e jamais ser
impositiva, senão se torna violência e não ajuda. Entender isso é fundamental e
vital para realmente se prestar ajuda eficaz. Prestar ajuda é uma verdadeira
arte e requer sutileza e respeito. Muitos padres missionários no decorrer da
história do Brasil, por exemplo, jamais entenderam isso. Eles não prestaram
ajuda alguma aos povos indígenas. O que fizeram foi impor, violentamente, uma
maneira de viver que não era a dos índios. Muitos pregadores evangélicos também
fazem isso quando “pregam” ou deveríamos dizer forçam determinados dogmas às pessoas. E o que dizer daqueles
psicoterapeutas que em vez de aprender a escutar seus pacientes e saber como
ajuda-los a serem eles mesmos fazem o contrário e impõe uma ideia como se
tratasse da única e exclusiva verdade? Pois é, devemos primeiro respirar fundo
antes de querer ajudar os outros.
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