segunda-feira, 6 de julho de 2015

Roubar


            Numa época que muitas pessoas de alto nível social e econômico estão sendo presas por corrupção, desvios de dinheiro e tantas falcatruas são inúmeros os que perguntam por que elas que já são ricas, têm a vida financeira bem constituída e estável roubam! Se já têm dinheiro roubam por qual razão? Bom, primeiro é preciso levar em consideração que não se rouba apenas por uma questão financeira, mas de poder.
            Acredita-se que o principal motivo que leva uma pessoa a roubar seja a carência, a falta de recursos ou até mesmo exclusão social. Claro que isso tudo existe, mas não é a principal razão que levam muitos a roubar, a corromper ou a quebrar leis. Na maior parte das vezes podemos observar que os roubos não tem relação com necessidades não atendidas em termos materiais, porém muito mais como uma questão mental. Roubar dá a sensação de poder e promove uma excitação irresistível para muitos.
            Não é a toa que vemos tantos milionários roubando. Eles encontram no ato de transgredir um prazer que os faz se sentir mais poderosos, mais importantes. Nesses casos roubar é um gozo. Só que gozo sádico e prejudicial. Não é só por que uma coisa causa prazer que é bom. Transgredir dá mostras de uma pessoa cuja mente nega os limites e as leis. Pessoas assim odeiam os limites e se creem acima das leis. Tornam-se vaidosas e narcisistas e veem as outras pessoas como objetos e não como seres que sofrem e sentem; são incapazes de se relacionarem de forma digna e respeitosa com quem quer que seja. Toda relação se torna um jogo de poder, de quem pode mais.
            Tanto os roubos de grande quantia de dinheiro ou pequenos furtos que acontecem diariamente nas ruas onde se levam carteiras, celulares, carros, etc. não são motivados por questões de necessidade. Não é uma questão de exclusão social, como muitos insistem em acreditar, mas de falta de uma educação sentimental. Esta nos ensina que os limites são necessários e permitem uma vida civilizada. O que se rouba nas grandes corrupções e nos assaltos diários é muito mais do que dinheiro e bens, mas a condição humana. E sem esta condição somos apenas selvagens perigosos.

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