Há uma forte crença cultural que diz que os laços
sanguíneos são o fator mais importante na formação de uma família. Obviamente
essa crença é fruto do preconceito que sempre gera enganos perniciosos. A
palavra adoção tem origem no latim e significa escolher e cuidar. A adoção deve ser sempre um processo de escolha,
pois somente escolhendo o ato de adotar vai fazer com que a criança se sinta
acolhida verdadeiramente
A filiação pode ser biológica ou afetiva. Muitos
acreditam que os filhos devem ser do próprio sangue como se isso fosse garantia
ou prova de alguma coisa. Na verdade não é porque o que forma uma família é a
qualidade dos relacionamentos entre os seus membros e também o amor vivido.
Porém, muitas vezes a criança que é adotada é vista como “diferente”, “um
estranho no ninho”; e isso se dá porque há uma tendência em valorizar o filho
biológico já que este se trata de alguém com a mesma origem e o que é
considerado diferente é, geralmente, visto com algum temor.
Acredita-se também que uma criança fruto da adoção possa vir
dar problemas de variados tipos no futuro. Mais uma vez isso é conseqüência da
visão preconceituosa que acredita que alguém de quem não se conhece o sangue
possa ter dentro de si complicações. É claro que uma criança adotada pode
desenvolver algumas doenças genéticas, por exemplo, mas um filho biológico não
dá garantias de que isso não vai acontecer. Quanto ao caráter de uma criança
adotada é bom que se saiba que não vem através dos genes, mas sim da qualidade
dos relacionamentos que vão ser desenvolvidos.
Muitos possíveis pais temem adotar porque têm medo de
quando a criança ou jovem descobrir sua adoção venham a não mais desejar a
companhia deles e que venham a abandoná-los. Esse medo pode ser um verdadeiro
entrave na relação entre pais adotivos e filhos adotivos. Há também, os pais
aprenderem a superar determinadas frustrações como não poderem gerir um filho.
No entanto, quando os pais podem superar todas essas angústias com
tranqüilidade e naturalidade o processo de acolher uma criança adotada vem como
uma grande oportunidade de crescimento para todas as partes envolvidas. Formar
uma família, independente de qual tipo de filiação, deve ser sempre resultado
de uma escolha e jamais algo para se preencher a vida.
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