Confundir o ciúme como manifestação de amor é um grande
erro. O ciúme tem a ver com a possessividade, com o controle e nada com o
verdadeiro amor que exclui a ilusão da posse do outro. Há em muitos
relacionamentos a presença de um ciúme que transforma a vida das pessoas
envolvidas num inferno, trazendo dor e, até mesmo, violência.
Que o ciúme é algo inerente a nossa natureza está claro.
O ciúme pode ser visto até mesmo em animais que, as vezes, impede que outros
animais ou até pessoas cheguem perto de seus donos. O problema é quando o ciúme
passa do limite e chega a ser algo que impede o bom conviver. Aliás, qualquer
emoção quando descontrolada sempre causa angústia e empobrecimento para a vida.
O ciúme que me refiro aqui trata-se daquele que já esta fora de controle.
Muitas pessoas confundem amor com posse e acham que podem
controlar aqueles com os quais se sentem ligados. As populares frases como Mulher pra mim é na rédea curta ou No meu marido eu que mando são exemplos de como é tênue a linha que
separa o amor da ilusão do controle. Querer controlar o outro não é amor, mas
um ato de violência. É egoísmo e prepotência simplesmente. O ciumento é alguém
que possui uma baixa autoestima, tem muito medo de ser abandonado e rejeitado.
Quando então está num relacionamento, o ciumento sente que precisa controlar a
pessoa com quem está e acredita que assim estará se protegendo de um futuro
abandono. Só que ao agir assim, o ciumento começa a minar o relacionamento com
desconfianças e acusações e isso pode gerar vários problemas para o casal.
Os crimes passionais são os ciúmes levado à loucura.
Matar alguém e dizer que foi em nome do amor é pura bobagem. O amor conclama à
vida e não à morte, mas o ciumento está tão enlouquecido na sua ilusão de
controle que acha que tem o direito até de tirar a vida de alguém e ainda falar
em amor. O ciumento é um doente e por isso mesmo precisa se tratar, para
melhorar a autoestima e se desapegar do controle, permitindo espaço e liberdade
para o relacionamento.
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