segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Boa Persistência



            João Carlos Martins é um nome bem conhecido aqui no Brasil e no exterior. Mas o que fez sua fama não foi apenas a sua brilhante competência na música, que é indiscutível, mas foi sua enorme força de vontade e paixão pela vida. Ao olharmos para a vida desse grande maestro e homem podemos aprender coisas valorosas como a importância da persistência.
            Seu primeiro contato com a música se deu aos 8 anos quando seu pai comprou um piano. Seu amor pela música foi imediato e ele numa idade bem precoce ganhou vários prêmios. Após um acidente que rompeu um nervo de sua mão direita ele precisou parar com o piano e se submeter a vários tratamentos para recuperar os movimentos. Depois de ter melhorado se descobriu portador de um mal que paralisa alguns membros, no seu caso as mãos que lhe são tão preciosas. Ele acreditou que dessa vez teria que parar com a música para sempre tanto que até foi se dedicar a outras coisas que nada tinha a ver com a música. No entanto, sua paixão era intensa e não podia ser relegada. Quando a paixão é grande não há escapatória a não ser vivê-la, caso não seja assim a vida perde o sentido. Após vários tratamentos ele conseguiu recuperar parte do movimento das mãos e tocava do jeito que era possível.
            Para aumentar ainda mais as dificuldades João Carlos sofreu um assalto no qual teve sua cabeça golpeada e isso fez com que perdesse os movimentos das mãos novamente. Ao tentar tocar sentia e até hoje sente dores terríveis, mas como que uma paixão pode terminar mesmo ao preço de terríveis suplícios? Jamais. Quando ele consegue suportar a dor ele toca e nos momentos que não consegue ele afirma que toca dentro de sua própria mente. Em vez de se amargurar com a vida e se lamentar pela má sorte que encontrou ele ousou sempre continuar em frente. Sua capacidade de acreditar numa renovação é incrível. Quando não mais podia tocar como antes, ele se tornou um maestro o que o sempre deixou perto de sua grande paixão: a música. Ele se reinventou e fez, como diz o ditado, das tripas o coração. Persistiu naquilo que mais dava sentido à sua vida e lutou e luta muito para não se deixar cair preso ao desânimo.
            Cair no sentimento de desamparo é fácil, mas ele usou todos seus recursos mentais para não ter pena de si próprio e conseguir tirar o melhor proveito da vida. A mente foi feita para ser usada e não para ser um depósito de amarguras e tristezas. Desenvolver recursos que nos possibilite crescer mesmo na presença de adversidades é um trabalho vital para se viver bem e se realizar. Como sua paixão pela música é tão grande ele foi obrigado a desenvolver seus recursos internos para poder construir novas formas de vir a ser que o permitisse viver aquilo que mais amava. Todos temos muito o que aprender com isso. Bravo Maestro!

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