segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Humanidade e lei


           Uma sociedade sem lei está condenada a afundar em injustiças e não proteger seus cidadãos. A lei se faz necessária para trazer ordem e impedir que as pessoas resolvam seus problemas à base da força bruta. A lei é humanizadora porque permite uma contenção dos impulsos mais agressivos que podem existir em todos nós e com isso propicia que vivamos relativamente em paz. Sem leis não há a menor possibilidade de haver civilização e uma sociedade justa desse nome. Elas devem ser feitas pelos governos e seus habitantes de forma harmônica criando um ambiente onde os direitos e liberdades sejam bens assegurados.
            Entretanto, não apenas as sociedades precisam de leis, mas nossas mentes também. Se não existe leis internas que nos ajudem a governar nossos impulsos ficaremos perdidos e primitivos. Agressividade é algo que está presente e inato na mente de todos, mas isso não é o que importa, pois o que importa é a forma que vamos lidar com essa agressividade que há em nós. A agressividade não é nem boa e nem má, tudo depende da maneira que ela é vivida. Pode ser aquela força propulsora que nos faz viver, querer o melhor e batalhar ou pode ser aquilo que destrói e extermina sem a menor consideração. Sem agressividade a gente não vive, pois não teríamos forças para lutar e nos defender. Ficaríamos entregues e desprotegidos. Porém, agressividade desmedida é o que causa as guerras, atos de injustiças e de horror que tanto nos chocam.
            A lei interna, então, é a forma que temos de conter os impulsos mais primitivos que possuímos. Todo impulso que for exagerado está fadado a levar à tragédia e à infelicidade. Impulsos necessitam de contenção para que eles não adquiram características destrutivas. Essas leis internas começam a ser formadas quando ainda somos crianças e precisamos de ajuda para conseguir lidar com os impulsos. Toda criança se assusta quando se depara com os impulsos agressivos que têm e precisam de pais que consigam ajudá-las a conter seus impulsos de forma saudável. É obrigação dos pais dar limites aos filhos, pois dando limites os pais oferecem uma maneira da criança começar a internalizar as leis e saber que nem tudo se pode. Dar limites significa construir uma contenção para proteger a mente dos próprios impulsos. Pais que não impõe limites largam seus filhos sozinhos para lidar com algo para o qual ainda não possuem maturidade. Leis se iniciam em casa.
            Uma pessoa sem lei interna é confusa e um perigo para si e outros. Ela não se contém e transborda facilmente seus impulsos mais primitivos. Atos de violência e pouco caso com o próximo passam a ser comuns a essas pessoas. Afinal elas tudo puderam, nada lhes foi interditado, nunca houve lei que mostrou que é preciso e mais humano se conter. Ninguém nasce humano, mas se torna humano e para isso é preciso aprender a criar contenção para os impulsos. Querer as coisas para já impacientemente, demonstrar desrespeito e ira, não assumir verdadeiros compromissos e tirar vantagem de tudo são atitudes típicas de uma pessoa sem lei e que se acha acima dela.
          Alcoólatras e drogados são pessoas sem leis que se prejudicam e prejudicam outros. Políticos corruptos que roubam descaradamente, policiais de caráter duvidosos, lideres religiosos exageradamente ambiciosos são exemplos de que viver sem leis internas e externas pode trazer muitos danos para o humano e a sociedade. Leis justas são mais do que nunca necessárias dentro de casa e fora dela para que todos possamos viver humanamente.

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