“Reza uma lenda que um monge, próximo de se aposentar precisava encontrar um sucessor. Entre seus discípulos, dois já haviam dado mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um poderia sucedê-lo.
Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio para colocar a sabedoria dos dois à prova. Ambos receberam alguns grãos de feijão que deveriam colocar dentro dos sapatos, para então empreenderem a subida de uma grande montanha.
Dia e hora marcados, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor. Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista. Prova encerrada, todos voltam ao pé da montanha para ouvirem do monge o óbvio anúncio.
Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta ao seu oponente como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:
- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.”
Dia e hora marcados, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos discípulos começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor. Ficou para trás, observando seu oponente sumir de vista. Prova encerrada, todos voltam ao pé da montanha para ouvirem do monge o óbvio anúncio.
Após o festejo, o derrotado aproxima-se e pergunta ao seu oponente como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões nos sapatos:
- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei - foi a resposta.”
As estórias populares podem carregar uma verdade muito importante para compreendermos melhor a nossa natureza. Com essa estória dá para perceber como temos uma grande responsabilidade pela qualidade de nossa vida. Muitas vezes as pessoas se eximem dessa responsabilidade e projetam sua felicidade ou infelicidade nos acontecimentos do mundo externo e se esquecem de dar valor ao modo como vivem. Como sempre digo problemas todos nós temos, mas é preciso que possamos lidar com eles de uma forma mais sábia a fim de não ficarmos machucados e nem presos num eterno ciclo de sofrimento.
Vejo muitas pessoas que chegam a dizer que o problema é ter problemas. Querem de todas as formas se livrar deles o quanto antes. Querer se livrar dos problemas é humano e compreensível. Infelizmente as coisas não funcionam desse jeito. Não se livra de um problema, mas há a chance de conseguir “cozinhá-los.” Ou seja, pensar sobre eles e refletir como elaborá-los e dar a eles um fim mais realista. Isso é assumir a responsabilidade pela própria vida e se tornar mais forte que os problemas. Assim, você poderá pisar sobre os problemas sem se machucar.
Por isso cultivar a mente é uma das melhores formas de ficarmos sempre mais fortes e preparados perante os percalços que a vida nos dá. Aliás, a cura na psicanálise tem a ver com isso. O verbo curar vem do latim curare que quer dizer cuidar, dar atenção. Então a cura se realiza quando damos atenção a algo e passamos a cuidar desse algo. A cura não é milagrosa. Não vem do nada de repente, mas é um processo que se toma ao passar a olhar com mais atenção aquilo que nos preocupa e procurar uma alternativa. Tal como um curador de um museu. Ele é um cuidador das obras de artes. Se a gente olhar para nossa mente como um grande bem a ser cuidado podemos então a passar a ser curadores de nossos recursos internos.
Que possamos todos aprender a cuidar de nossos problemas com mais acolhimento e discernimento sem sentir a necessidade de jogá-los longe o mais depressa possível. O mais importante é aprender a lidar com eles para que eles fiquem “amaciados” e não mais nos incomodem. Realizando esse processo nos tornamos maduros emocionalmente e sempre estaremos mais preparados para vivenciar a vida com muito mais qualidade e prazer. Carregando feijões ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a vida. Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento é você quem determina.
Pensar é sempre a solução.
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