Foto de Mathieu Stern
Para ser possível uma vida saudável e sã é necessário, primeiro, aceitar como funcionamos, conhecer nossa natureza, para então ser capaz de conduzir a própria vida de uma maneira eficiente. Infelizmente, não é isso o que acontece e as pessoas terminam por viver vidas muito sofridas e cheias de complicações desnecessárias. O que acontece é que na maioria das vezes as pessoas não lidam com a vida real, mas com o que elas acreditam que a vida deveria ser.
Olhemos como tratamos nossos corpos, nossa saúde física. Aliás, cuidar do próprio corpo deveria ser uma atividade básica, algo sem maiores hesitações, mas não é bem isso o que ocorre. Sem um corpo minimamente sadio fica muito difícil viver, no entanto tratamos nossos corpos de maneira cruel como se eles pudessem receber quaisquer tipos de maus tratos e nunca ‘enguiçarem’. Já repararam para ver como tratamos nossos corpos físicos?
Comemos além da conta e de maneira nada saudável, bebemos como se não houvesse amanhã, tomamos remédios de forma indiscriminada frente qualquer desconforto, dormimos pouco e mal, etc. Se examinarmos bem nós sobrecarregamos nossos corpos físicos violentamente e ainda por cima esperamos que eles não reclamem, que não deem nenhum tipo de problema. Em outras palavras, somos nosso próprio carrasco. Isso não é qualidade de vida.
Se
fazemos assim com nossos corpos, que é algo de natureza bem concreta, imagina o
que não fazemos com nossas mentes, que é de natureza bem sutil e subjetiva, ou
seja, bem mais difícil de se ver. As pessoas vivem como se não tivessem mentes
e por isso mesmo não possuíssem nenhuma responsabilidade com suas vidas
emocionais. Elas até “sabem” que têm mentes, mas não se dão conta e nem se
responsabilizam por sua subjetividade. Isso faz com que elas se entreguem a
fiquem presas a variados tipos de compulsões, caiam nos mesmos erros e
equívocos, sofram por coisas que poderiam ser evitadas. Em resumo, vivem mal e
fazem más escolhas.
Com
tudo isso é de se esperar que a vida vá tomando caminhos que vão levando a uma
grande infelicidade e insatisfação. As pessoas sentem-se constantemente
infelizes e ficam desesperadas por buscar prazeres que venham a ‘compensar’ a
dor e medo que sentem. E quanto mais prazer as pessoas vão correndo atrás de
forma inconsequente mais elas vão se perdendo de si mesmas e mais cria um ciclo
vicioso que leva muitos a não ter mais qualidade de vida alguma.
Se
não conhecemos como funcionamos, nossas naturezas, nossos corpos e mentes, não
haverá a menor possibilidade de vivermos bem. Prazer é importante para a vida,
mas qual tipo de prazer? Aqueles que realmente nos levam a ser nós mesmos, a
crescer e se expandir ou aquele prazer que nos leva a nos perder? Quando vamos
aprendendo a ter contato com nossas reais necessidades, quando podemos ver de
verdade a nós mesmos, temos a possibilidade de escolhermos melhor o que
queremos e escolhemos melhor como nos tratamos e como nos conduzimos. Isso,
sim, é ser sujeito da própria vida.
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