segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Evolução


    A evolução natural das espécies possibilitou o surgimento de inúmeras criaturas com habilidades cada vez mais “especializadas”. De criaturas cegas, por exemplo, passou a haver seres que eram capazes de enxergar e com isso ter informações importantes sobre o meio ambiente, melhorando sua sobrevivência. Os olhos, desenvolvidos em cada criatura, tem suas particularidades e permitem a cada ser ver o mundo de maneira diferente e que atenda às suas necessidades. A estrutura de um olho é algo complexo e extremamente prático para a vida.
   Tem também a questão da temperatura interna. A maioria dos animais que existe são pecilotérmicos, ou seja, não tem uma temperatura estável própria, mas depende da temperatura do meio ambiente. Já as aves e os mamíferos (somos mamíferos) são homeotérmicos, sendo então capazes de manter uma temperatura que não se modifica tanto com o ambiente externo. Essa característica da evolução permitiu que as aves e mamíferos pudessem se espalhar por todo o globo terrestre ficando mais “protegidos” do clima do ambiente.
    Estou falando tudo isso para dizer que a evolução deu habilidades que nos permitem viver melhor, com mais eficiência. Porém, esses traços se dão acima de tudo na biologia, no organismo. São atributos do nosso funcionamento biológico. Observando isso podemos aprender coisas importantes que podemos levar para entender como nossa mente funciona e, com isso, melhorar muito nossa qualidade de vida.
   Podemos também “evoluir” em nossas mentes. Para isso temos que prestar atenção em como a usamos. Como “olhamos” as coisas? Com que olhos enxergamos o mundo? É muito comum utilizarmos “olhos” que não permitem ver realmente as coisas que importam ou ver a realidade. Quando não “vemos” as coisas fica muito mais fácil nos enganarmos. Nos atrapalhamos e perdemos muitas coisas boas. A biologia, através da evolução, nos deu uma visão para usar, mas precisamos desenvolver também uma “visão interna”, que permita vivermos melhor. Não é mais biologia, mas mente, dimensão subjetiva, que precisamos fazer evoluir.
   Assim como manter a temperatura corporal constante nos permite ser mais independente do clima externo, podemos também manter dentro de nosso psiquismo uma “temperatura” agradável. Se encontramos o fervor do ódio lá fora, precisamos controlar nossa temperatura interna subjetiva para não fervermos junto e cairmos até na violência. Se o ambiente for gélido, de poucos afetos, devemos manter um calor interno que não nos deixe congelar por dentro e esquecer da nossa humanidade.
   Está na hora de ajudarmos a evolução usando esse corpo cheio de complexos sistemas que nos foi dado para crescermos e ampliarmos a humanidade. Ser humano implica usar tanto os órgãos biológicos quanto os órgãos simbólicos, que precisamos ir desenvolvendo ao longo da vida, dentro de nossa mente. Sem essa evolução psíquica ficamos muito aquém do que podemos. A vida em si sempre nos traz limitações, mas é triste quando as limitações são produzidas por nós mesmos, nos impedindo de evoluir melhor. 

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