Quando perguntadas sobre as coisas que tornam a vida feliz, a maior parte das pessoas fala, logo de cara, que é ser livre. Liberdade é altamente valorizada, mas poucos realmente entendem o que ela é. Quando procuramos algo que não entendemos a chance de tomar caminhos errados é grande, o que acaba trazendo muitas decepções e perdas de tempo.
Acredita-se, erroneamente, que liberdade é fazer o que quiser, o que vier à cabeça, no momento que desejar. Isso não é a verdadeira liberdade, mas um estereótipo muito prejudicial. Se fazemos tudo o que queremos, estamos, na verdade, presos. A pessoa verdadeiramente livre não sai fazendo tudo o que deseja, até porque, entende que fazer isso pode levar ao perigo. A pessoa livre escolhe o que quer e o que pode fazer.
Fazer tudo o que se deseja é ficar submetido aos caprichos da mente, ser mandado por ela, então não tem como uma pessoa assim ser realmente livre. A mente pode nos tiranizar violentamente e nos obrigar a ser escravos de suas vontades e desejos. Como isso seria liberdade?
Liberdade implica dirigir a própria vida, tomar as rédeas de si mesmo e saber escolher. Quem sabe escolher vai escolher, sempre, o melhor. Não vai se colocar em risco e saberá valorizar o que importa. Veja uma pessoa que sai com bastante frequência e bebe muito, a um ponto que isso começa, com o passar do tempo, a prejudicar muitas áreas de sua vida. Ela pode até achar que é livre para fazer o que bem entende, mas na verdade ela se engana. Ela não é livre, e sim, escrava de atitudes e de funcionamentos internos de sua mente que a deixam aprisionada numa repetição que limita a vida. Ela começa a estragar suas possibilidades, seus relacionamentos, seu trabalho, etc. Uma pessoa assim é livre?
Há muitas outras pessoas que usam drogas e se sentem livres ao fazer isso, alardeiam em alto e bom som o quanto são livres, mas, mais uma vez, vemos que elas estão escravizadas por alguma coisa interna que “toma a direção” de suas vidas e elas se tornam apenas fantoches que necessitam seguir um roteiro pré-estabelecido. Isso se dá em muitas dimensões de nossas vidas. Até na vida sexual, por exemplo, isso ocorre. Há aqueles que saem a torto e a direito com qualquer um para relações rápidas achando que são livres, enquanto estão presos a uma busca desenfreada por prazer físico a qualquer custo.
Já uma pessoa livre tem mente para poder pensar a vida. Ela desenvolveu sua capacidade de pensar a ponto de permitir escolher o que realmente lhe convém. A pessoa livre não entra em qualquer barca furada, não faz qualquer coisa apenas por fazer e não aceita qualquer convite. Ela escolhe, ou melhor, seleciona no que vai se envolver.
A verdadeira liberdade não é se jogar num barco e deixar que a maré e os ventos decidam sozinhos, mas ajustar as velas para chegar onde se precisa estar de fato para poder crescer. Liberdade é poder pilotar o próprio barco da melhor maneira possível, sem esquecer de se cuidar de forma eficiente.
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