Um homem inocente foge de dois malfeitores
para salvar a vida. Ele, desesperadamente, entra numa caminho que não tinha
saída, mas não havia mais como pegar outro porque seus perseguidores estavam
bem atrás. Ele então se põe a rezar “Senhor, mande-me um anjo para proteger o
caminho para os meus perseguidores não me pegarem”. Mas nenhum anjo surgiu,
apenas uma aranha estava na entrada do caminho produzindo uma teia. Ele se
desesperou mais ainda e orou mais fervorosamente “Eu lhe imploro, senhor, envie
um anjo para me proteger desses loucos malvados”. Porém, mais uma vez nenhum
anjo apareceu. Só mesmo a aranha que rapidamente acabou de fazer a sua teia.
Nesse momento os malfeitores chegaram e um deles disse que ia entrar pelo
caminho que o homem havia tomado para checar se ele estava lá, mas foi impedido
pelo companheiro que exclamou “Não perca tempo, ninguém foi por aí. Vê? Tem até
teia de aranha!
Queremos que as coisas em nossas vidas aconteçam de
maneira cinematográfica e pouco importância damos às pequenas coisas que quando
bem usadas nos trazem benefícios. Nesse caso da parábola acima uma simples teia
de aranha era a salvação que ele precisava. Ele não precisava de um anjo que se
materializasse numa bola de fogo portando uma espada flamejante. Bastava a
teia. Só que essas são coisas que esquecemos no nosso dia a dia.
Estamos
sempre pedindo, sempre rezando por isso ou aquilo quando já temos tantas coisas
na vida para aproveitar, mas que não damos conta. Desejamos aquele namorado(a)
perfeito(a) quando na verdade nós mesmos não nos tornamos pessoas melhores.
Queremos empregos melhores quando não nos preparamos para isso verdadeiramente.
Imploramos para os nossos familiares mudarem suas atitudes quando nós mesmos continuamos
nos comportando do mesmo velho jeito. E o pior de tudo nisso é que perdemos
tanto tempo desejando, querendo e implorando que não vivemos o que temos aqui e
agora em nossas vidas.
Viver
é uma arte e como toda arte é necessário prática e boa dose de reflexão. Saber
se desapegar do que se deseja com tanto ímpeto e fazer uso daquilo que está aí
em nossa frente prestes a ser desfrutado é uma das coisas mais favoráveis que
podemos realizar. Desejar é bom e importante, mas é necessário que
não seja o principal, que não seja a viga mestre que nos sustente. O que deve
ser sempre o nosso norte é viver o aqui e agora. Quando nos disponibilizamos para
o que o tempo presente nos oferece vivemos de fato e não ficamos dependentes
dos desejos. Essa é uma verdade antiga, de milênios atrás. O budismo, por
exemplo, fala isso. Pena que muitas vezes nos esquecemos do que é o mais
simples .
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