Uma frase do escritor Oscar Wilde
diz “O mais terrível não é ter um coração
partido (pois corações foram feitos para ser partidos), mas transformar nossos
corações em pedra.” Quem endurece seus corações com medo de que eles venham
a ser quebrados presta um enorme desserviço a si mesmo e deixa de viver
experiências muito importantes que nos moldam e permitem sermos quem podemos
vir a ser. Não dá para viver com o coração continuamente engessado.
Decepções, frustrações e tristezas
são partes da vida. Quem se permite viver de fato sabe disso e aceita que uma
hora ou outra o coração vai sofrer. Abrir o peito para viver o que a vida nos
traz é um ato de coragem já que quem abre o coração pode vir a receber golpes
que não contavam. Sofrer não é nada agradável e tentamos com todas as nossas
forças fugir de qualquer coisa que nos seja desconfortável. A natureza humana é
assim como bem observou Freud, criador da psicanálise. Queremos só aquilo que é
bom, agradável e que nos gratifica e evitamos tudo o que for oposto ao nosso
prazer. Só que a vida é mais feita de desprazer do que prazer.
Muitas pessoas ao perceber que o
desprazer é inevitável defendem-se fechando o coração. São aqueles que evitam o
amor, a intimidade com alguém importante, a ousadia de se arriscar no
desconhecido, a possibilidade de se encantar. São pessoas fechadas em suas
fortalezas, atrás de altos muros, que não se permitem amar e ser amadas. Estão
protegidas, mas por estarem tão fechadas também não aprendem e nem se
transformam. Ficam engessadas e longe do que é verdadeiramente ser um humano.
Quem vive assim não cresce. Fica com
tanto medo das dores que o coração vai sentir que evita se dar conta de que
porta um coração. Desconhece que o coração é um órgão forte que se regenera e
quando assim o faz torna-se mais forte e preparado para as próximas
experiências. Um coração engessado tende a parar pois ele precisa estar livre
para se movimentar e com isso impulsionar nossas vidas. Coração parado jamais
fornece vida, mesmo que vida implique também sofrer.
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