sexta-feira, 22 de março de 2019

Pergunta de Leitor - Amor ou Lei da Gravidade?

Arte: @dalton.albertin


Tirando os elementos fisiológicos (hormonais) envolvidos numa paixão, porque é tão difícil parar de amar uma pessoa por mais que ele se mostre indisponível e desinteressado em você? Até que ponto esse sofrimento está fora do nosso controle? Nos últimos dois anos minha vida tem sido ser um satélite desse cara, que por acaso é meu melhor amigo e com quem eu moro. Mas eu tô exausto desse sentimento. Do sofrimento que isso causa. É possível eu e ele sermos amigos íntimos e ter uma amizade intensa sem que eu sofra por amar ele? Ou me afastar dele e mudar a minha vida do avesso seria a única solução? Nós basicamente vivemos como um casal. Mas não somos um. Ele tem esse limite bem estabelecido. Somos apenas amigos. Ainda que transamos eventualmente. E todo o resto de nossa rotina seja a de um casal (exceto o posicionamento afetivo dele em relação a mim).


            Não mandamos em nossos sentimentos. O que sentimos está fora de nosso controle, mas o que vamos fazer com o que sentimos podemos, sim, lidar de uma maneira eficiente. Se sentir um satélite é deixar a sua vida de lado, afinal um satélite orbita ao redor de algo, está preso na gravidade de algo maior. Os planetas orbitam o sol, pois a força gravitacional deste “capta” os planetas mantendo-os numa posição definida. A questão agora é você compreender porque será que você fez desse sujeito algo tão grande que te capturou?
            Você gosta dele, claro, sente atração, mas não sabe qual a sua posição com ele. Amigos vocês não são porque amigos não transam. A amizade é uma relação que não envolve o sexo, mas namorados vocês também não são porque ele não assume. Na verdade, você está no limbo, nem uma coisa nem outra, e isso vem lhe trazendo sofrimento. Ele não é o sol para te prender em sua força gravitacional, mas quem te prende então? A resposta é você mesmo!
            Não escolhemos por quem sentimos atração e afetos. Até aí tudo bem, mas por que será que você insiste em alguém que nas suas próprias palavras se mostra indisponível e desinteressado? Você se coloca nessa posição e persiste nela mesmo que às custas de sofrimento. Também segundo você ele já estabeleceu que não quer um relacionamento, mas você espera que algo mude. Para ele, parece, está muito bem e cômodo assim. Quem está incomodado é você e deverá partir de você uma mudança. Deverá primeiro saber de verdade o que você quer. Ser amigo? Para isso terá que abrir mão do sexo com ele definitivamente e abandonar o desejo por um namoro. Ser namorado? Deverá ser franco com ele e botar as cartas na mesa sobre como você se sente.
            Seja qual for a sua ação não saberemos antecipadamente quais serão as consequências. É pagar para ver. No entanto, o que lhe é prejudicial é ficar orbitando ao redor de algo que não mudará. Hoje você não o tem nem como amigo nem como companheiro. Vivem e não vivem e com isso prolonga o seu sofrimento. Que tal sair de órbita?

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