O texto tão lindamente
escrito e lido acima é claro e direto. Não necessita de explicação. Porém, como
quase tudo que é límpido e óbvio acaba não sendo entendido porque para seu
entendimento é necessário uma mente. Não a mente do intelecto que mensura tudo
e compartimenta em várias caixas do saber, mas requer a mente que se sintoniza
com a vida. A mente que se encanta e que de maneira curiosa se aproxima do
mundo e do que ele nos desperta. Como falta gente boba nesse mundo!
Lembrando que o bobo aqui do texto lido no vídeo acima é
o sábio. Aquele que se permite viver de fato e não em ser esperto ou ir atrás
de sucesso. Tanta gente se desperdiça e se esgota indo atrás de sucesso, em ser
desesperadamente alguém, que vão vestindo roupas e mais roupas vistosas, mas
que não lhe servem a contento. Ficam vestidos magnificamente, mas com
vestimentas que trazem desconforto. Já o bobo/sábio prefere ficar nu. Assim
consegue se ver melhor e entender o que precisa. Não põe em si qualquer coisa.
O bobo/sábio deseja conhecer a vida e a conhecendo sente
prazer. O esperto, que tanto domina nossa sociedade, que tanto é valorizado e
imitado, deseja o prazer e com isso desconhece a vida. Tem que dominar tudo,
tem que saber tudo e explicar tudo. Não há espaço para o desconhecido. Ele já
está cheio, saturado. Uma mente saturada está repleta de conhecimentos e
explicações, mas vazia de sentido. O bobo/sábio ri das coisas mais pequenas e
acha graça na vida. O esperto não tem tempo para isso. Está extremamente
ocupado em ganhar a vida, que na verdade já tem.
Como seria bom se pudéssemos ser mais bobos. Até mesmo o
amor seria mais possível. O amor nos deixa bobos, não nos deixa espertos.
Quando amamos ficamos em estado de graça, bem longe dos cálculos dos espertos.
Só que ser bobo traz dor. Quando nos abrimos podemos nos frustrar, nos magoar e
ser magoado. Podemos dar com a cara na parede. Isso dificilmente ocorre com
quem é esperto. Eles nunca batem de encontro a nada. Todo o caminho é calculado
nos seus mínimos detalhes. Eles estão seguros, mas não vivem. Os bobos, por
outro lado, estão vivendo, mas sem segurança. Chega uma hora que precisamos
decidir se vamos ser bobos ou espertos.
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