Sou
apaixonada pelo meu primo. Tenho 19 anos e ele tem 25. Somos primos em segundo
grau e queria mesmo ter um relacionamento com ele. Minha mãe sabe disso e acha
que é um absurdo. Ela é totalmente contra. Meu primo nada sabe, acho eu, mas sempre
dei muita bola para ele. Isso é incesto, querer o próprio primo? Acho que não.
Só quero viver feliz com ele e não suporto ver ele com outra menina. Morro de
ciúmes e quero ter ele a qualquer preço. Ele ainda não sabe que eu amo ele
demais e que vou ser melhor que qualquer outra para ele. Como posso me abrir
para ele e fazer ele entender isso?
A questão em jogo
aqui está nas suas palavras de que “quer ele a qualquer preço”. O que significa
isso? Será que você já pensou nessa suas palavras? São fortes demais e só podem
vir de uma pessoa apaixonada. Há dois tipos de paixão. Aquela boa que nos
encanta e deixa o mundo colorido, mas também há a paixão que nos cega e deixa
tudo tenebroso.
No filme Atração
Fatal, a atriz Glenn Close interpreta uma mulher apaixonada que perde todo
o senso de realidade e quer a todo custo o homem com quem teve uma noite. Chega
à loucura e não mede consequências. Acabou por se tornar um perigo para ela
mesma e para outras pessoas. Enfim, enlouqueceu de paixão. Dessa paixão devemos
ficar longe e jamais permitir que ela se instale.
A paixão louca tem a ver com o processo de idealização,
que funciona como uma hiper-valorização de uma dada ideia. A ideia do amor que
você sente por ele é tão irresistível e valorizada que lhe faz perder a
capacidade de pensar, assim você se torna cega mentalmente. Nesses casos todo
preço parece válido, o que é um tremendo engano. Para Freud a idealização
servia como um mecanismo de compensação para um sentimento de inferioridade,
imaginário ou real.
Você mesma nem sabe se ele te deseja ou não e nem liga
para o que ele pensa, já que tem certeza de que você é a única pessoa certa
para ele. Isso, certamente, não é amor, pois quem ama sempre leva em
consideração o outro. Você o desconsidera como pessoa. Hoje você está apegada à
imagem que tem dele. Está apaixonada por uma ideia e não uma pessoa. Enquanto
não abandonar a idealização não poderá ver as coisas mais claramente e nem
poderá entender o que é possível.
Paixão de qualquer maneira é perigosa..Pode dar certo e transformar-se lentamente em um sentimento mais racional, suave e tranquilo.. Mas sempre é incerto.Faz parte da natureza humana como todos os outros defeitos:ciumes, inveja, orgulho, gula,,,,,,,,,,,,,,,,,,que bem coordenados e policiados nos acompanham até a morte sem maiores consequências.
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