Tenho
medo de muitas coisas nesta vida. Tenho medo de perder todas as minhas
economias. Tenho medo de ser assaltada e sofrer violência. Tenho medo de tomar
as decisões erradas e me arrepender. Medo de perder a saúde. Medo de perder a
vida. Tenho tanto medo de morrer que vc nem faz ideia. Medo de perder o
emprego. Enfim, a lista de medo é infinita e não sei o que fazer a respeito
disso. O que me diz dos meus medos?
Os budistas acreditam que só podemos ser realmente
felizes se formos capazes de praticar o desapego. A lição do desapego é importante,
pois quem não se permite o desapego não tem espaço para evoluir e fica preso à
repetição.
Você se repete através dos seus medos e nessa repetição
infinita você se impede de seguir adiante e de aprender com as experiências de
vida. À primeira vista você teme perder, seja o que for, e quer evitar essa
experiência de perda mesmo ao preço de ficar estagnada.
O que lhe falta perceber é algo de natureza muito sutil.
Falta-lhe compreender que nem toda perda é necessariamente algo negativo ou
trágico. Se você não aceita perder nada na vida como poderá haver espaço para
coisas novas? Agora, aceitar a perda não é mesmo fácil, mas se faz importante
para caminhar adiante. O ato de desapego é de grande ajuda para tornar a
experiência da perda tolerável.
Saber se desapegar deve ser praticado como se tratasse de
arte. Só a prática leva ao aperfeiçoamento e se despegar é tão importante assim
porque a vida, querendo ou não, forçosamente vai nos trazer a perda, cedo ou
tarde. Sendo assim é melhor já ir praticando. O ato supremo de perda é a
própria mortalidade e o de desapego é aceitar a própria morte. Quem aceita que
está fadado a morrer entende que não tem tempo a perder na vida e a aproveita
melhor. Essa sábia lição foi ensinada por Buda milênios atrás. Que tal
aprendê-la?
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