Tenho três filhos entre 20 e 26 anos. Os dois
mais velhos se saem muito bem em tudo o que fazem. Têm boas notas e jamais me
deram problemas. Em compensação o mais novo sempre me trás muitos problemas.
Ele não é tão ambicioso como os irmãos e nem tão maduro. Sempre fiz meus filhos
quererem o melhor da vida e sempre os coloquei em disputa porque só assim eles
chegam em algum lugar. Meu filho mais novo não gosta de competir em nada: em
esportes, em jogos e na vida. Sempre aponto isso para ele para ver se acorda.
Acabo sempre premiando meus dois filhos mais velhos e nada dou para o mais
novo, já que a vida é assim mesmo: premia os melhores. Meu marido fica meio
estarrecido com esse meu comportamento e acha que é um absurdo. Mas entre meu
marido e eu, eu me saí bem melhor. Sou bem mais forte que ele. Creio que meu
filho mais novo puxou meu marido. Como pode alguém se satisfazer na
mediocridade?
Não
entendi bem qual a sua questão. É preocupação com seu filho ou lamentação por
ele não ser como você gostaria? É um desabafo em relação ao marido ou à vida em
geral? Para mim ficou meio confuso compreender o que de fato quis comunicar.
Mesmo assim podemos pensar que a sua
atitude tem a ver com a competição e não com o amor. É claro que a vida exige
muita competição e que sejamos muito bons. A competição está presente nas
escolas, nas universidades, nos esportes, nas empresas e em tudo o mais. No
entanto, só existir competição é algo cruel, principalmente quando a competição
existe com tanta intensidade dentro da família.
Entre irmãos, naturalmente, já há
disputa. Pior é quando os próprios familiares e neste seu caso a própria mãe
incentive a disputa. Como se a única coisa que valesse a pena fosse só o status
de melhor e não a pessoa em si. A família deveria ser um lugar de acordos e não
de disputas. Ao valorizar a competição entre seus filhos com tanta veemência
você fecha um porta para o amor entre eles e isso pode ter conseqüências
severas e tristes para o resto da vida. Você convida o ódio entre eles e não a
aceitação.
Atitudes assim são encontradas em
técnicos esportivos que priorizam o pódio dos vencedores. Para a função materna
se faz necessário o acolhimento e a compreensão; entender que nem todos os
filhos são e precisam ser iguais. Alguns podem ser mais competitivos e
agressivos e outros mais calmos e introspectivos. Aceitar as diferenças é o
melhor caminho para fazer o amor viver. E tem mais, há varias formas de
competir bem na vida e talvez a maneira de seu filho seja uma que você não
entenda. Entretanto, o que você deve desejar, de fato, é que seus
filhos encontrem realizações na vida.
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