segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pensamento


Durante seis anos, Siddhartha viveu em silêncio e nunca saiu da floresta.
Para beber, tinha a chuva, como comida, um grão de arroz ou um caldo de musgo. Estava tentando dominar o sofrimento tornando a sua mente tão forte que se esquecesse do seu corpo.
Então... um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno...

"Se apertares esta corda demais, ela arrebenta;
e se a deixares solta demais, ela não toca."

De repente, Siddhartha percebeu de que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado.
Nesse momento uma aldeã ofereceu a Siddhartha a sua taça de arroz.
E pela primeira vez em anos, ele provou uma alimentação apropriada.
Mas quando os ascetas, que o acompanhavam, viram o seu mestre banhar-se e comer como uma pessoa comum, sentiram-se traídos. Siddhartha os chamou: - Venham e comam comigo.
Os ascetas responderam: - Traíste os teus votos, Siddhartha. Desistiu da procura. Não podemos continuar a te seguir. Não podemos continuar a aprender contigo.
E foram se retirando.
Siddharta disse:
- Aprender é mudar. A iluminação está no Caminho do Meio.
(Parábola budista)

            Há muitas pessoas que levam uma vida de extremos opostos. As vezes são tão rígidas consigo, sem se permitir viver com mais leveza que chegam a ser cruéis com elas mesmas. Exigem a perfeição de si e de outros e quando a perfeição não acontece, afinal ela nunca acontece, ficam irritadas e acham que algo está muito errado. Suas mentes criam dogmas dos quais se agarram e com eles medem o mundo. Nada pode se desviar daquilo que acreditam que tem que ser. São rápidas julgadoras e não têm tempo de escutar e de pensar, por isso mesmo não aprendem.
            Outras são extremamente indulgentes com suas vidas. Deixam tudo para depois para não ter que se preocupar agora. Não querem ser incomodadas com nada que venha exigir atenção e trabalho. Se largar é a música tema de suas vidas e assim vão levando a própria existência, mesmo que seus problemas estejam cada vez mais acumulados e pedindo cuidados.
            No entanto, o caminho do meio, ou seja, o equilíbrio é sempre a melhor coisa. Implica em escutar e pensar no que se escuta e com isso aprender verdadeiramente. É aprender com a própria vida. Toda aprendizagem é uma mudança em nossas mentes; aqueles que são rígidos demais não se permitem mudar, pois temem aquilo que não sabem e que contradiz suas verdades sagradas e os complacentes demais também não mudam pois não querem se comprometer com o trabalho  que é mudar. Mortos não mudam e as mudanças que ocorrem em seus cadáveres são das responsabilidades dos vermes e bactérias. A verdadeira vida está em buscar mudanças e procurarmos melhorarmos mais e mais.

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