Sempre quis ter uma carreira ligada à dança. Meu pai é médico e ele não admite que eu seja outra coisa a não ser médico. Mas é que nunca me senti atraído por medicina. Não quero isso pra minha vida. Me sinto muito mais feliz quando eu danço. No entanto, meu pai disse que se eu quiser fazer dança ele vai esquecer que tem um filho e não vai me ajudar em nada, pessoal e financeiramente. Ele diz que não vai sustentar filho viado e eu não sou homossexual, só gosto de dança. Sou filho único e não queria desapontar meus pais, mas também não quero me desapontar.
Vejo que você está numa situação que popularmente se diz que está no mato sem cachorro. Tem um desejo para sua vida que não está de acordo com o desejo que seu pai tem para você e ele parece bastante intransigente em mudar de opinião. Você vai ter que aprender a “dançar”, ou seja, vai ter que aprender a encontrar a maneira certa para conseguir mostrar ao seu pai o quanto a dança é parte da sua vida e que ficar sem ela vai lhe fazer infeliz.
Sei que o que eu lhe digo é difícil de fazer e não sei como você vai conseguir isso, mas sei que deve tentar se seu amor pela dança for tão grande assim como diz. Você não será feliz se não seguir aquilo que mais te encanta.
Dançar não tem nada a ver com ser homossexual e talvez este seja um ponto muito importante você mostrar ao seu pai. É claro que existem dançarinos homossexuais, bem como médicos homossexuais, mas não é a profissão que define e dita a orientação sexual.
O preconceito impera na visão do seu pai e vai exigir que você seja bem cuidadoso ao tentar lidar com isso. No filme Billy Elliot (Inglaterra, 2000) conta a estória de um menino de 11 anos que quer trocar o boxe por aulas de balé. Seu pai opõe uma resistência férrea, mas no fim, depois de muitas dores e brigas ele consegue fazer com que seu pai o apóie e alguns anos mais tarde quando Billy estréia um espetáculo o pai vai assisti-lo e se emociona fortemente. Se você decidir que sua vida depende da dança vá em frente e quebre os tabus. Boa sorte.
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