segunda-feira, 29 de abril de 2019

Uma simples teia é o que precisamos




            Um homem inocente foge de dois malfeitores para salvar a vida. Ele, desesperadamente, entra numa caminho que não tinha saída, mas não havia mais como pegar outro porque seus perseguidores estavam bem atrás. Ele então se põe a rezar “Senhor, mande-me um anjo para proteger o caminho para os meus perseguidores não me pegarem”. Mas nenhum anjo surgiu, apenas uma aranha estava na entrada do caminho produzindo uma teia. Ele se desesperou mais ainda e orou mais fervorosamente “Eu lhe imploro, senhor, envie um anjo para me proteger desses loucos malvados”. Porém, mais uma vez nenhum anjo apareceu. Só mesmo a aranha que rapidamente acabou de fazer a sua teia. Nesse momento os malfeitores chegaram e um deles disse que ia entrar pelo caminho que o homem havia tomado para checar se ele estava lá, mas foi impedido pelo companheiro que exclamou “Não perca tempo, ninguém foi por aí. Vê? Tem até teia de aranha!
            Queremos que as coisas em nossas vidas aconteçam de maneira cinematográfica e pouco importância damos às pequenas coisas que quando bem usadas nos trazem benefícios. Nesse caso da parábola acima uma simples teia de aranha era a salvação que ele precisava. Ele não precisava de um anjo que se materializasse numa bola de fogo portando uma espada flamejante. Bastava a teia. Só que essas são coisas que esquecemos no nosso dia a dia.
            Estamos sempre pedindo, sempre rezando por isso ou aquilo quando já temos tantas coisas na vida para aproveitar, mas que não damos conta. Desejamos aquele namorado(a) perfeito(a) quando na verdade nós mesmos não nos tornamos pessoas melhores. Queremos empregos melhores quando não nos preparamos para isso verdadeiramente. Imploramos para os nossos familiares mudarem suas atitudes quando nós mesmos continuamos nos comportando do mesmo velho jeito. E o pior de tudo nisso é que perdemos tanto tempo desejando, querendo e implorando que não vivemos o que temos aqui e agora em nossas vidas.
            Viver é uma arte e como toda arte é necessário prática e boa dose de reflexão. Saber se desapegar do que se deseja com tanto ímpeto e fazer uso daquilo que está aí em nossa frente prestes a ser desfrutado é uma das coisas mais favoráveis que podemos realizar. Desejar é bom e importante, mas é necessário que não seja o principal, que não seja a viga mestre que nos sustente. O que deve ser sempre o nosso norte é viver o aqui e agora. Quando nos disponibilizamos para o que o tempo presente nos oferece vivemos de fato e não ficamos dependentes dos desejos. Essa é uma verdade antiga, de milênios atrás. O budismo, por exemplo, fala isso. Pena que muitas vezes nos esquecemos do que é o mais simples .

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