segunda-feira, 18 de março de 2019

O guarda-chuva e a Preparação para o Amor




            Numa pequena vila que passava por uma severa seca muitos dos seus habitantes sem saber mais o que fazer decidiram organizar na igreja local um grupo de orações para pedir à Deus pela chuva. O padre se colocou em frente de todos da comunidade para dar início às orações, mas antes olhou para as pessoas lá reunidas. Viu muita gente se cumprimentando, fofocando, contando as últimas, reclamando e falando mal dos vizinhos até que seu olhar se demorou sobre uma menina que estava sentada e muito concentrada em suas orações. Ao olhar mais detidamente percebeu que ao lado dela havia uma guarda-chuva. Ele sorriu percebendo que ela era a única que havia vindo com uma guarda-chuva pois esperava que a seca terminaria a qualquer momento mesmo sem saber quando.
            No amor isso acontece frequentemente. Muitos querem um companheiro ou companheira e reclamam em alto e bom som que estão se sentindo sozinhos e tal, mas nunca se preparam para o amor. Preparar-se para o amor é cuidar de si mesmo, é desenvolver-se. Não basta apenas querer uma namorada ou namorado, pedir em orações ou fazer simpatias. Isso tudo não nos prepara para reconhecer e tirar o melhor proveito do amor quando este surgir.
            Não sabemos nem mesmo quando o amor poderá aparecer já que isso não está dentro do nosso controle. Agora, por outro lado, quando cuidamos de nós mesmos, de nossas vidas algo acontece. Ao nos desenvolvermos ficamos mais apaixonados pela vida, mais interessados nela e isso nos enriquece verdadeiramente a tal ponto que uma hora chega que alguém também interessante se sente atraído por nós. A nossa vitalidade e energia é o melhor chamariz para um amor bom nascer. Preparar-se para o amor é viver bem a vida. Não há outro jeito.
            Não controlamos o amor assim como não controlamos a vida.  Não adianta rezar, fazer mandingas e reclamar. Isso só nos tornará cada vez mais descrentes de nossas potencialidades e cada vez mais menos atraentes. Na mitologia grega o deus do amor, Cupido, era um moleque zombeteiro e incontrolável. Ele atirava as flechas quando bem queria e entendesse e não era suscetível aos desejos e pedidos dos mortais. Entretanto, quando ele via alguém preparado lá ia ele mirando o alvo e dando início a uma nova história de amor. Melhor que pedir por um amor é melhor se preparar para quando ele vier e nos pegar.

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