segunda-feira, 26 de junho de 2017

Transar não é o mesmo que viver a Sexualidade



            Uma notícia me chamou a atenção para algo muito importante que vem acontecendo. Um garoto de apenas onze anos já é pai devido uma relação sexual com uma menina de treze anos. Essas duas crianças são pais biológicos de um bebê. Acredita-se que eles vivem a sexualidade precoce, mas talvez não seja tão simples assim.
            Um dia ouvi de uma diretora de escola que eles não precisavam de palestras sobre educação sexual porque os jovens já sabiam tudo sobre sexualidade, até mais do que ela mesma. Realmente acredito que os jovens saibam de muitas coisas mesmo, mas o que sabem nada tem a ver com a sexualidade de fato, mas apenas com a mecânica do ato sexual. Porque há uma diferença entre viver a sexualidade, poder pensar sobre ela e simplesmente transar por aí.
            Cada vez mais cedo os jovens fazem uso do sexo. Transam com todos, de todos os jeitos, sem ligar para doenças e perigos que uma vida sexual embute e nem ao menos se dão conta do que é uma sexualidade. Seus corpos reagem a estímulos, buscam o prazer e o alívio de tensões, mas são incapazes de poder lidar com a sexualidade já que não têm maturidade para isso. Em outras palavras, possuem sexo mas não a representação da sexualidade.
            O que a diretora da escola não entendeu é que esses jovens estão perdidos numa ditadura do prazer. O que procuram na sexualidade tem a ver com descarga de impulsos biológicos, mas nada a ver com o vivenciar uma relação e um contato com o outro e consigo mesmo. Essa dimensão da sexualidade está inacessível a esses pequenos que são bombardeados sobre as delícias do sexo, porém nada são preparados para enfrentar os problemas e demandas que uma vida sexual exige.
            Obviamente que esse dois jovens: a menina de treze e o menino de onze não têm a menor capacidade de serem pais. Afinal, eles nem mesmo sabem o que é ser casal, nem sabem o que é responsabilidade. São crianças que geram crianças. Ocorre que crianças necessitam de adultos para cuidar delas, pois crianças não cuidam de crianças. Onde será que estão os adultos na nossa sociedade? Talvez ainda sejam crianças, com medo de crescer e assumir responsabilidades. Esses “adultos” estão por toda a parte, com diversas idades cronológicas, buscando desesperadamente o prazer, mas sem capacidade para tolerar o que é de fato uma vida adulta. 

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