segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A Boa Autoreflexão



            Uma das melhores maneiras de percebermos como vamos indo na vida (se estamos sendo bons conosco mesmo, se crescemos e nos desenvolvemos) é uma boa autorreflexão. Esta é tomar consciência do que fazemos conosco para avaliarmos a forma com que a gente se relaciona com a vida e com os outros. Com uma autorreflexão apropriada podemos identificar nossos empecilhos e fortalecer aquilo que nos leva a nos desenvolver. Sem uma autoconsciência é impossível viver bem.
            Quando tomamos consciência do que fazemos conosco podemos compreender onde falhamos e acertamos, temos a chance de diferenciar entre aquilo que nos faz bem daquilo que só nos deixa longe de nossas verdadeiras potencialidades. Em todas as religiões há o convite para os fieis empreenderem uma autorreflexão como forma de se aperfeiçoarem, entendendo a religião aqui, é claro, não como doutrina infalível e exclusiva, mas como uma forma de se ligar ao mundo e a si mesmo. A filosofia e as várias modalidades de psicoterapia têm também como objetivo criar a possibilidade de uma autorreflexão.
            Sem uma consciência mais apurada de si mesmo é muito fácil se perder e se enganar. Ás vezes, por exemplo, achamos que estamos sendo motivadores conosco quando na verdade estamos sendo apenas cruéis. Em outras acreditamos que estamos totalmente certos em alguma determinada questão, mas no fundo estamos cegos frente a outros pontos de vistas bem mais favoráveis.
            O grande problema com uma autorreflexão, contudo, é tomar cuidado para não cair numa armadilha. Frequentemente quando vamos identificando nossas falhas podemos cair no sentimento de culpa, o que nunca é um bom negócio. Tomar consciência das nossas faltas deve ser, acima de tudo, um convite ao crescimento e não um exercício de autotortura. Infelizmente muitas pessoas não percebem que estão usando de uma falsa autorreflexão para se afundarem e desvalorizarem a si mesmas. A autorreflexão verdadeira e apropriada jamais deve servir para esses fins, pois isso conduz ao desespero e ao masoquismo e é completamente inútil. A autorreflexão deve sempre estar nos ajudando a crescer. Daí existir a figura do analista que é como um guia que ajuda o analisando a não se perder quando empreende uma autorreflexão. 

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